Stranger Things 5: Cenas do Volume 1 que não fazem o menor sentido
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O retorno de Stranger Things movimentou os fãs com a chegada dos primeiros episódios da temporada final, reacendendo discussões antigas e abrindo novas frentes de debate.
Depois de tantos anos acompanhando o grupo enfrentar criaturas do Mundo Invertido, qualquer deslize de lógica se torna mais evidente e acaba chamando atenção.
Mesmo com só quatro capítulos liberados, já surgiram momentos que deixam o público confuso. Algumas situações contrariam comportamentos estabelecidos há anos, enquanto outras desafiam diretamente o que as próprias temporadas anteriores construíram.

Mike ignora sinais óbvios sobre Holly
A relação entre Mike e Holly ganha mais espaço nesta temporada, mas um detalhe envolvendo a irmãzinha levanta dúvidas. A menina menciona um amigo imaginário, Mr. Whatsit, e chega a comentar que sabe da existência de monstros em Hawkins. Mesmo assim, Mike minimiza tudo, como se fosse uma fantasia infantil qualquer.
O problema é que nada na trajetória dele sustenta essa despreocupação. Desde a primeira temporada, Mike aprendeu a identificar qualquer anomalia como potencial ameaça. Ver a própria irmã conversando com algo que ele não enxerga deveria, no mínimo, despertar alerta. O histórico dele com o Mundo Invertido torna esse comportamento difícil de justificar.

O segredo sobre o Mundo Invertido já não faz sentido
Outra situação que desafia a lógica é a insistência em esconder a verdade dos pais e familiares, especialmente os Wheeler. Com Hawkins sob quarentena militar, portões abertos e anos de ataques, manter segredo deixa de ser proteção para virar negligência.
Mike e Nancy estão entre os personagens mais experientes na luta contra as criaturas, mas continuam tratando o assunto como tabu dentro da própria casa. Isso não só enfraquece a segurança da família como se mostra contraproducente quando Holly é sequestrada por Vecna. A essa altura, preparar a família para o pior faria infinitamente mais sentido do que manter todos no escuro.
Isso, é clato, sem contar o fato de vários personagens agirem com uma tranquilidade que não condiz com o histórico traumático que cada um acumulou. Mike ignora sinais de Holly, Nancy segue investigando sem compartilhar informações com adultos, e até os pais atravessam a temporada como se nada estivesse fora do lugar.
Essa falta de urgência diminui a tensão e cria momentos desconectados da realidade apresentada. Não é incoerência apenas de roteiro, mas de trajetória emocional: esses personagens viram o pior acontecer. Relaxar agora não combina com eles.

O impacto do final da 4ª temporada desaparece
Ao final da temporada anterior, a série prometia uma mudança radical: fissuras abertas por toda Hawkins, prenunciando uma invasão iminente do Mundo Invertido. A expectativa era de que a história assumisse uma escala quase apocalíptica.
Mas o Volume 1 revela algo bem menos dramático. Os portais estão cobertos por placas metálicas improvisadas, apelidadas por Robin de “Band-Aids gigantes”, e a cidade segue funcionando como se a ameaça não estivesse batendo à porta.
O exército realiza expedições pelo Mundo Invertido, mas a população praticamente não sofre impacto direto. Para quem esperou três anos por uma consequência grandiosa, o resultado é frustrante.
Além disso, o final da temporada 4 preparou o terreno para uma guerra declarada contra Vecna. Mas o Volume 1 retoma a história em marcha lenta, com o vilão ainda distante do embate final e a destruição anunciada parecendo adiada.
A quebra de expectativas entre promessa e execução deixa a sensação de que um capítulo decisivo foi adiado, e isso inevitavelmente amplia o estranhamento diante das escolhas estruturais feitas nesta etapa.

Hawkins segue “normal” demais para o cenário apresentado
Outra incoerência deriva diretamente disso: como a cidade continua funcionando normalmente? Há quarentena militar, criaturas à solta e uma ameaça aberta, mas a rotina de grande parte da população permanece inalterada. Pessoas vão para a escola e para o trabalho, como se nada estivesse acontecendo.
Esse contraste gera estranhamento porque conflita com finais anteriores da própria série, que sempre mostraram grandes crises abalando a cidade inteira. Agora, o caos parece restrito a um grupo seleto, enquanto o resto de Hawkins vive alheio ao que acontece a poucos quarteirões de distância.

Inconsistências que enfraquecem o início da temporada
Embora Stranger Things continue eficiente em sua ambientação e nas dinâmicas entre personagens, o Volume 1 apresenta escolhas difíceis de defender do ponto de vista narrativo. Muitos comportamentos e situações ignoram eventos do passado e tratam ameaças graves com leveza injustificada.
É possível que parte dessas decisões ganhe contexto no Volume 2, mas, por enquanto, deixam a sensação de que a série ignora suas próprias regras. Com o encerramento tão próximo, fica a torcida para que esses elementos retornem ao eixo e a história entregue a coesão que o público espera na despedida de Hawkins.
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