Minissérie polonesa da Netflix revive tragédia marítima que chocou a Europa nos anos 1990
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A Netflix voltou a colocar holofotes sobre um desastre europeu ao lançar O Naufrágio do Heweliusz, produção polonesa que rapidamente entrou para o ranking das séries mais assistidas da plataforma. Em apenas cinco episódios, a minissérie resgata um episódio dramático de 1993, quando uma balsa cargueira sucumbiu durante uma tempestade avassaladora, deixando dezenas de mortos e uma longa investigação pela frente.
A obra aposta em uma narrativa envolvente para revisitar o acidente e destacar a luta de familiares que, por anos, buscaram respostas e responsabilização. O resultado é uma produção compacta, mas intensa, que atrai especialmente quem gosta de histórias reais marcadas por suspense e tensão.
A tragédia que inspirou a série ocorreu em 13 de janeiro de 1993, quando o Jan Heweliusz, acostumado a transportar cargas pesadas, enfrentou ventos de até 180 km/h. Mesmo com alertas climáticos severos, a tripulação manteve a rota. A embarcação já havia passado por consertos improvisados, e, para evitar o tombamento, decisões arriscadas foram tomadas fora dos protocolos oficiais, sem sucesso.
As condições extremas também atrasaram o socorro em mais de uma hora. Dos 64 ocupantes, 55 morreram, muitos por hipotermia em um mar de apenas dois graus. As revelações posteriores deixaram o caso ainda mais nebuloso: documentos sigilosos, caminhões não identificados e falhas humanas se misturaram em uma investigação que gerou revolta, sobretudo após o capitão ser apontado como principal responsável.
As famílias só receberam indenização em 2005, após recorrerem à Corte Europeia de Direitos Humanos. A minissérie, ao revisitar esse capítulo doloroso, apresenta novas leituras e reforça o impacto cultural do episódio, agora transformado em um drama que combina memória, crítica e emoção em doses certeiras.