Como Ponto Vermelho mexe com o medo no catálogo da Netflix

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Com direção de Alain Darborg, Ponto Vermelho (2021) mergulha os espectadores em uma escalada de tensão baseada em isolamento, traições do passado e instantes de perigo iminente. Acompanhamos David e Nadja, casal em desgaste emocional que decide viajar ao norte da Suécia para renovar os laços afetivos após o anúncio da gravidez. O que começa como busca por reconciliação logo se transforma numa luta pela sobrevivência.
A ambientação gelada e austera reforça o sentimento de ameaça — a neve, o silêncio, os bosques se tornam elementos tão perigosos quanto o antagonista. O roteiro vai costurando pistas ao longo do percurso para construir imprevisibilidade. Revelações sobre vingança e motivações ocultas dos personagens elevam o enredo para um ponto de virada que recontextualiza muitos dos eventos anteriores.
No entanto, a forma como o terceiro ato entrega seus desfechos divide opiniões: há quem aponte que a mudança de direção compromete parte da coerência construída até então, sobretudo no que se refere às simbologias iniciais e à conexão com os antagonistas. Já o visual — frio, belo e ameaçador — e a tensão sustentada nos primeiros minutos ganham elogios por criar atmosfera que prende.
Em suma, Ponto Vermelho se firma como produção que mistura drama emocional e perseguição mortal num cenário natural implacável, explorando temas como culpa, redenção e instinto de sobrevivência.
Você está lendo um conteúdo originalmente publicado no Observatório da TV. Confira mais em: https://observatoriodatv.com.br