Chatos? Nada disso! Esses 5 livros são incríveis
Esses cinco livros podem parecer densos ou difíceis à primeira vista, mas surpreendem com narrativas envolventes, provocadoras e nada entediantes

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Sabe aqueles livros que você olha e pensa "ah, é chato"? Pois é, nem todo livro deve ser julgado pela capa. Algumas pessoas que julgam obras como desinteressantes podem ser surpreendidas com histórias incríveis.
Pensando nisso, trouxemos 5 livros que não são, de forma alguma, chatos e sim apenas parecem. Confira a lista abaixo:
5 livros que só parecem chatos
A consulta (2022), de Lucy Fricke
Durante uma inusitada sessão médica em Londres, uma jovem alemã mergulha em um monólogo visceral onde se misturam questões de sexualidade, identidade, nacionalidade e o peso da herança histórica.
Tentando se reinventar no exílio britânico, ela se vê confrontada com o legado do avô nazista e uma herança que traz à tona traumas adormecidos.
Nesse romance provocador, a protagonista revela suas obsessões, culpas e contradições a um médico judeu, numa espécie de confissão espelhada e desconcertante.
Com humor ácido e desconforto deliberado, a narrativa investiga se é possível apagar cicatrizes profundas.
Puta Livro Bom (2021), de Jason Mott
Durante uma turnê literária pelos Estados Unidos, um jovem autor em ascensão se vê assombrado por um misterioso menino negro que apenas ele consegue enxergar.
A criança fala sobre invisibilidade como estratégia de sobrevivência num mundo moldado pelo racismo, enquanto o escritor lida com a dificuldade de distinguir realidade e delírio.
Em meio a encontros estranhos, críticas afiadas e momentos de delicadeza, Puta Livro Bom mistura humor, dor e metalinguagem para explorar fama, violência racial e o peso da memória.
Jason Mott entrega um romance provocador e necessário sobre o que significa existir.
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Vício Inerente (2009), de Thomas Pynchon
Na Califórnia dos anos 70, o detetive particular Doc Sportello, um sujeito chapado e fora de época, é arrastado para uma investigação absurda quando sua ex aparece pedindo ajuda para encontrar o novo namorado desaparecido — um magnata do mercado imobiliário.
A busca o leva por um labirinto de figuras excêntricas: surfistas paranoicos, policiais podres, contrabandistas drogados, uma agiota fanática por jazz e a enigmática Presa Dourada — que pode ser tudo ou nada: seita, quadrilha ou golpe tributário.
Neste romance alucinado, Thomas Pynchon transforma o noir em psicodelia pura, misturando crítica social, humor debochado e referências pop.
Com ecos de Chandler e Hammett, mas sob efeito de LSD, Vício Inerente é ao mesmo tempo sátira e elegia de um tempo em que os ideais hippies desmoronavam diante da paranoia e do cinismo.
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Nossa parte de noite (2019), de Mariana Enriquez
Em plena ditadura argentina, um pai e seu filho atravessam o país rumo às Cataratas do Iguaçu — uma viagem que, aos poucos, se revela não como fuga, mas como entrada em um universo de horrores.
Gaspar carrega, sem querer, a herança maldita de sua mãe, ligada à Ordem: uma seita ancestral que busca a imortalidade por meio de rituais sombrios com uma entidade chamada Escuridão.
O pai, um médium atormentado, tenta impedir que o filho tenha o mesmo destino cruel.
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Ioga (2020), de Emmanuel Carrère
O que deveria ser um livro leve sobre ioga e meditação se transforma, nas mãos de Emmanuel Carrère, num mergulho profundo no colapso pessoal. Durante um retiro silencioso, o autor é interrompido pela tragédia do atentado ao Charlie Hebdo.
A partir daí, o projeto original se desfaz. Entre crises de depressão, diagnóstico de bipolar.