Relacionamentos que não funcionam: 7 padrões emocionais que podem sabotar sua vida amorosa

Você se entrega demais? Sente que atrai sempre o mesmo tipo de pessoa? Psicóloga explica por que algumas relações parecem fadadas ao fracasso

Por Jefferson Albuquerque Publicado em 11/08/2025 às 21:47

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Você já se perguntou por que seus relacionamentos nunca parecem dar certo? Mesmo quando começa bem, algo desanda: a intensidade vira desgaste, o vínculo se desequilibra, e você termina com a sensação de que se doou demais ou apostou em alguém que nunca esteve de fato disponível.

Segundo a psicóloga Dra. Cristiane Pertusi, que há mais de duas décadas trabalha com vínculos afetivos, esse tipo de repetição revela padrões inconscientes que vêm da nossa história e que acabam moldando a forma como nos relacionamos.

“São feridas que continuam operando silenciosamente, mesmo quando a gente acredita que já superou”, afirma.

A seguir, ela elenca 7 padrões emocionais que costumam sabotar a vida amorosa e o que fazer a respeito:

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1. Você se anula para agradar

Você diz “sim” quando quer dizer “não”, evita conflitos a qualquer custo, abre mão de seus desejos e, aos poucos, vai se perdendo de si.

Esse comportamento é comum em quem aprendeu que precisa se adaptar para ser amada e tem pavor de desagradar.

“Muitas pessoas acreditam que ceder é sinônimo de amor. Mas, quando isso significa se apagar, o relacionamento se torna um lugar de esvaziamento, não de troca”, explica Dra. Cristiane.

2. Você repete o mesmo tipo de vínculo disfuncional

Sempre parece diferente, mas no fundo é igual. Você se atrai por pessoas frias, narcisistas, imaturas ou emocionalmente ausentes? Pode ser um reflexo de experiências antigas, como relações familiares instáveis, ausência de afeto ou sensação de abandono na infância.

O que é familiar para o cérebro emocional, mesmo que disfuncional, acaba sendo lido como seguro.

3. Você confunde paixão com amor

O romance começa como uma avalanche: tudo é intenso, rápido, cheio de paixão. Mas logo surgem o ciúme, o controle, as brigas e a mesma velocidade que uniu, afasta. Essa busca por intensidade costuma mascarar um medo profundo de intimidade real.

“O amor verdadeiro é calmo, consistente e construtivo. A euforia inicial, muitas vezes, só preenche um vazio momentâneo, mas não sustenta uma relação saudável”, fala Dra. Cristiane.

4. Você assume o papel de salvadora

Seus parceiros costumam estar "quebrados", emocionalmente instáveis ou cheios de problemas que só você parece compreender? Você acredita que, com seu amor, eles vão mudar?

Essa postura pode esconder uma tentativa de compensar sua própria insegurança. O desejo de salvar o outro pode parecer nobre, mas geralmente é uma forma de fugir da própria dor. E acaba gerando frustração, sobrecarga e culpa.

5. Você entra em relações por carência, não por escolha

Carência emocional é quando você sente que precisa de alguém para se sentir viva, valorizada ou suficiente. Isso pode levar a escolhas precipitadas, relações desequilibradas e uma constante sensação de insuficiência.

Quem entra em uma relação só para preencher o vazio, corre o risco de aceitar migalhas afetivas. O amor precisa ser escolha, não remédio para a solidão.

6. Você vive na defensiva

Você começa o relacionamento já esperando ser traída, abandonada ou decepcionada. Interpreta tudo como ameaça, testa o outro o tempo todo e cria barreiras para se proteger.

Com isso, acaba impedindo o vínculo verdadeiro de acontecer. O medo de sofrer de novo faz você colocar armaduras. Mas quem se blinda demais, não se permite sentir e afasta justamente o que tanto deseja: conexão real.

7. Você faz do outro o centro da sua vida

Quando está em um relacionamento, você desaparece. Deixa de sair com amigas, abandona seus projetos, gira sua rotina inteira em torno do parceiro.

A longo prazo, isso gera desequilíbrio, dependência e uma enorme frustração quando o outro não corresponde. Relacionamento não é fusão, é parceria. Só existe amor saudável quando existe espaço para duas individualidades coexistirem.

Existe saída?

Sim, e ela começa com autoconsciência. Segundo a Dra. Cristiane Pertusi, é preciso olhar com honestidade para os próprios padrões, compreender de onde eles vêm e, a partir disso, criar novas formas de se relacionar.

“A cura afetiva começa quando você para de buscar no outro aquilo que só você pode se dar: presença, respeito e acolhimento”, diz.

A psicoterapia pode ser um caminho poderoso para reconstruir a forma como você se vê e se conecta com o mundo. Porque relacionamentos saudáveis não são fruto de sorte são consequência de escolhas conscientes.

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