MC Morena fala sobre fama, haters e a luta por espaço feminino no brega funk: “Não vou parar”

Por Redação Observatório dos Famosos Publicado em 05/11/2025 às 16:11

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Valquíria Rosa, mais conhecida como MC Morena, é um dos nomes de maior destaque no cenário do brega funk nacional. Nascida em Belo Horizonte, ela atualmente coleciona quase 7 milhões de ouvintes mensais no Spotify, e é a voz por trás de hits como ‘Até Quebrar a Cama 2.0’, ‘Sigilinho’ e ‘Tú Et Moi’, em parceria com a espanhola Judeline.

No início deste ano, a artista, de 25 anos, lançou o disco E Disseram Que Não Sei Amar, um projeto que foge à sonoridade tradicional do brega funk e explora novas sonoridades dentro do funk e do pop, colocando-a como uma artista multifacetada.

Em entrevista exclusiva ao Observatório dos Famosos, MC Morena afirma que sua busca em expandir os horizontes é aguçada desde cedo. “Quando lancei meu primeiro álbum [Inimitável, em 2023] foi o início de uma transição musical. Queríamos mostrar que eu canto muito mais do que as pessoas esperavam, que consigo fazer melodia e explorar outros estilos”, relembra.

Parte do sucesso de MC Morena, inclusive, se concentra nas redes sociais, onde suas músicas se tornam trends de dança e desafios virais em plataformas como TikTok – onde ‘Até Quebrar a Cama 2.0’ possui quase 1 milhão de vídeos produzidos. Para ela, o sentimento é de gratidão total: “É muito emocionante ver pessoas de todo o Brasil dançando e criando a partir das minhas músicas. Já são oito anos de brega funk, e sempre tive muito apoio de influenciadores e artistas de Pernambuco e Belém do Pará. Me sinto honrada por esse carinho”, afirma.

Apesar de todo esse impacto, a cantora garante que não planeja seus hits pensando em viralizar. “A gente produz pensando em soltar pra galera curtir. Alguns influenciadores favoritam as músicas, e quando lançamos, eles começam a criar uma trend”, explica.

MC Morena
MC Morena (Foto: Divulgação/Rafaela Urbanin)

Representatividade no brega funk

Em um gênero dominado historicamente por figuras masculinas, a mineira representa uma potência feminina em plena ascensão. Para MC Morena, o sucesso é importante, mas o anseio por mudanças é sua grande meta. “Pra mim é especial, mas eu acho que ainda podemos fazer uma mudança nisso. Eu estou tentando fazer umas movimentações para dar oportunidade para pessoas que não são famosas, e também para tirar um pouco desses machos da cena”, diz. Ela adianta, ainda, um novo projeto musical que virá com essa premissa de virada: “Irei lançar um EP só com mulheres, brega funk, pagodão baiano. Acho que temos que chegar juntas, porque é muito homem”.

O equilíbrio entre produzir sons populares com a autencidade em suas letras mais profundas ainda é um desafio e tanto que a cantora encara. “É difícil para mim, mas são tantos anos tentando conciliar. Eu consegui lançar minhas coisas próprias, algo mais profundo, e também aquela coisa toda dançante, tanto no brega quanto no funk. Estou conseguindo equilibrar. Se até hoje deu certo, não é algo que eu devo parar”, reflete.

Ataques

Mesmo com a notoriedade em tendência de crescimento, MC Morena ainda enfrenta ataques nas redes, ao quais muitos deles direcionados às suas letras e à sexualidade presente nas músicas de brega funk. “Tem muitas pessoas, principalmente as pessoas mais velhas. É muito hater. Se eu não fortalecer minha mente, eu vou acabar fazendo alguma merda comigo. É uma correria surreal que eu passo, porque eu não só canto, eu estudo também”, lamenta ela, principalmente com o público que a critica: “Às vezes apago comentário de mulher, que é o que me afeta mais. Mas eu faço terapia, então meio que não deixo isso me abalar”, declara.

Feat com Anitta e Pabllo Vittar?

Visando o futuro artístico e pessoal, MC Morena não esconde a admiração por grandes nomes do pop nacional, e que almeja parcerias: “Tenho uma obsessão pela Pabllo Vittar, escuto muito. E Anitta também, é o sonho de todo artista. São duas pessoas que admiro demais”, confidencia.

Além da arte, MC Morena também carrega consigo um compromisso social. “Minha meta é conseguir mais espaço, pra eu poder ajudar mais pessoas. (…) Tenho vontade de ter uma ONG para pessoas com depressão e ansiedade. Foi uma promessa que fiz há dois anos, quando perdi minha melhor amiga para a depressão”, pontua.

MC Morena
MC Morena (Foto: Divulgação/Rafaela Urbanin)

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