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Artista pernambucana Karinne Costa recebe Prêmio Inspirar 2025 com o projeto Museu dos Sonhos Vivos

A premiação reconhece ações lideradas por mulheres negras que atuam na transformação social de suas comunidades

Por Bruna Oliveira Publicado em 02/12/2025 às 17:50

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A artista, gestora cultural e educadora popular Karinne Costa foi uma das vencedoras do Prêmio Inspirar 2025, iniciativa do Instituto Neoenergia em parceria com o Ministério da Cultura, anunciada no dia 27 de novembro.

Ela foi contemplada na categoria Coletivos pelo trabalho à frente do Museu dos Sonhos Vivos, projeto criado em 2023 que valoriza a memória, a escuta comunitária e a produção artística em territórios populares.

A premiação reconhece ações lideradas por mulheres negras que atuam na transformação social de suas comunidades.

Nesta edição, o programa destinou R$ 169 mil a projetos de todo o país, distribuídos entre duas categorias: Mulheres (com 13 contempladas, premiadas com R$ 10 mil cada) e Coletivos (três iniciativas selecionadas, cada uma recebendo R$ 13 mil).

O Museu dos Sonhos Vivos nasceu de uma pergunta norteadora — “O que mantém um território vivo?” — e se estruturou como uma plataforma que articula arte, educação e memória local.

A primeira experiência ocorreu na comunidade da Bomba do Hemetério, no Recife, e, desde então, o projeto já passou por Brasília Teimosa (2024) e Entra Apulso (2025), reunindo mais de 500 participantes ao longo de suas ações.

O trabalho se desenvolve a partir de oficinas, mutirões, escutas comunitárias e intervenções artísticas que aproximam moradores de diferentes gerações.

Nessas atividades, crianças, jovens e idosos compartilham lembranças, narrativas e percepções sobre seus territórios, compondo um acervo vivo que une memória, imaginação e mobilização social. O museu se articula ainda com artistas convidados, ampliando o diálogo entre arte e cotidiano.

Karinne Costa destaca que o projeto se estrutura sobre vínculos afetivos criados dentro das próprias comunidades.

“A gente nasceu de um gesto simples: reunir pessoas para sonhar juntas. O museu existe porque cada território nos ensina a olhar pro mundo com mais cuidado e imaginação. Ser campeã desse prêmio é afirmar que nossas histórias e sonhos também importam”, afirma.

Com o tema “Ciclo Infinito Inspirar”, a cerimônia de anúncio das vencedoras foi apresentada pela jornalista Lenne Ferreira e reforçou a centralidade do protagonismo feminino negro em iniciativas culturais de impacto social.

Além das ações presenciais, o Museu dos Sonhos Vivos mantém o Acervo de Sonhos, uma coleção digital disponível no site oficial do projeto, reunindo relatos, fotografias e produções desenvolvidas nos territórios onde já atuou.

O material documenta as múltiplas formas de lembrar, imaginar e construir a vida comunitária nas periferias urbanas.

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