"Volver" comemora 60 anos da Jovem Guarda com tributo e série de lançamentos
Banda pernambucana revive clássicos de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Golden Boys, Leno e Lilian e The Fevers em série de clipes no YouTube

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Em 1965, um Brasil em preto e branco sintonizou pela primeira vez o programa Jovem Guarda, pela TV Record. O som das guitarras elétricas e a gíria “é uma brasa, mora?” anunciavam uma revolução que vestia calças justas, jaquetas coloridas e traduzia para a juventude uma nova forma de se ver no mundo.
Sessenta anos depois, esse movimento que uniu rock, romantismo e comportamento volta a ganhar voz e corpo com um projeto pernambucano: “Volver Canta Jovem Guarda”, tributo que a banda pernambucana lança em formato audiovisual, trazendo clássicos imortalizados por Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Golden Boys, Leno e Lilian e The Fevers.
O projeto marca também o reencontro da própria Volver com suas origens. Ícone do rock independente pernambucano dos anos 2000, o grupo, formado por Bruno Souto (voz e guitarra), Fernando Barreto (baixo) e Zeca Viana (bateria), havia seguido caminhos diferentes, com mudanças de cidade e novos projetos.
Agora, de volta a Pernambuco depois de mais de uma década, os três retomam a parceria com um olhar maduro e, ao mesmo tempo, impregnado da energia que sempre marcou sua sonoridade.
“Voltar a tocar juntos e revisitar a Jovem Guarda é como abrir um baú de memórias que também fala sobre o futuro. Essas canções continuam vivas, inspirando e dizendo muito para quem somos hoje”, afirma Bruno Souto.
O calendário de lançamentos acompanha as comemorações do ano em que a Jovem Guarda completa 60 anos. O primeiro clipe do projeto foi “Eu Sou Terrível” - hino de velocidade e atrevimento composto por Roberto e Erasmo Carlos.
Em seguida, nesta sexta (5), é vez de “Hey Girl”, sucesso do grupo The Fevers nos anos 1990, mostrando como a estética do movimento continuou ecoando décadas depois. No dia 19 de setembro, será a vez de “Pensando Nela”, clássico dos Golden Boys, seguido por “Pobre Menina”, de Leno e Lilian, em 3 de outubro.
O encerramento acontece em 17 de outubro, com “Alguém na Multidão” (Golden Boys), acompanhado do lançamento do EP reunindo todas as cinco faixas.
Para Fernando Barreto, revisitar o repertório da Jovem Guarda é mais do que homenagem: é reconhecimento de um DNA cultural brasileiro que ainda pulsa.
“A Jovem Guarda abriu as portas para o rock no Brasil, adaptando o que vinha de fora e criando uma identidade nossa. É um patrimônio que precisa ser celebrado”, pontua.
A estética do projeto também dialoga com o universo vintage, mesclando figurinos e referências visuais da época com a pegada moderna da Volver. Os clipes serão lançados no canal oficial da banda no YouTube e replicados nas redes sociais, aproximando o público jovem de hoje daquele espírito de descoberta que marcou a geração de 1965.
Zeca Viana reforça que a escolha das músicas foi guiada pelo afeto. “Cada canção tem uma história. Algumas tocaram no rádio da casa da minha avó, outras descobrimos mais tarde, em discos garimpados. Queríamos que o projeto tivesse essa mistura de memória pessoal com memória coletiva”, diz.
Sessenta anos depois, a Jovem Guarda permanece como símbolo de juventude eterna, de rebeldia com romantismo, de um Brasil que ousou se reinventar ao som das guitarras.
Com “Volver Canta Jovem Guarda”, a banda pernambucana reafirma que certas canções não pertencem apenas ao passado. Elas continuam sendo a trilha sonora de quem sonha com um amanhã cheio de cor e movimento.