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Projeto IBÉRIA celebra 20 anos e chega ao Brasil no MIMO Festival em Olinda

Concerto reúne grandes nomes da música ibérica e presta homenagem a Paco de Lucía no dia 14 de setembro, às 18h, na Igreja da Sé! Saiba mais

Por Alice Lins Publicado em 03/09/2025 às 18:45

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O prestigiado projeto IBÉRIA, criado e liderado pelo guitarrista português Manuel de Oliveira, completa 20 anos de trajetória e será apresentado no MIMO Festival 2025, em Olinda. O concerto acontece no dia 14 de setembro, às 18h, na Igreja da Sé, e marca uma celebração única da música instrumental contemporânea.

Nesta edição, Manuel se une a três músicos de excelência: Carles Benavent (baixo elétrico), João Frade (acordeão) e Quiné Teles (bateria e percussão). Juntos, eles cruzam geografias e estilos, transformando a música em um espaço de encontro, liberdade e partilha.

Homenagem a Paco de Lucía

O concerto é também um tributo ao lendário violonista de flamenco Paco de Lucía, referência central na trajetória dos músicos envolvidos e inspiração fundamental para o projeto. O repertório vai além de sua obra, incluindo composições originais de Manuel de Oliveira, Carles Benavent e João Frade, além de peças icônicas de Paco, criando uma experiência sonora marcada pela diversidade do universo ibérico.

O IBÉRIA promove um diálogo profundo entre flamenco, fado, jazz e música tradicional portuguesa, materializando no palco o conceito da Península Ibérica como um lugar de encontro entre culturas. Cada apresentação se torna única, resultado da fusão de sons, da criatividade e da interação das distintas personalidades musicais em cena.

Desde 2002, o projeto já criou cerca de 40 obras originais inspiradas na Península, consolidando-se como uma das iniciativas mais relevantes da música instrumental contemporânea. Reconhecido com o Prêmio Carlos Paredes 2023, Manuel de Oliveira define sua obra com palavras-chave como fronteira, território, comunidade e identidade, sempre em constante transformação.

Sobre os músicos

Manuel de Oliveira

Autodidata de Guimarães (1978), iniciou-se na guitarra com o pai e formou-se em contato com o flamenco, o fado e a música tradicional portuguesa. Destacou-se com o álbum Ibéria (2002), em colaboração com Carles Benavent e Jorge Pardo.

Com mais de 20 anos de carreira, já participou de festivais como MIMO, Emociona Jazz!! e Couleurs Jazz, e dividiu palco com Brad Mehldau, Chick Corea e Mike Stern. Criou projetos como Amarte, Entre-Lugar e Os Nossos Afetos, além de colaborações com Cristina Branco, Dulce Pontes e Chico César.

Seu trabalho mais recente inclui a trilha de Daqui Houve Resistência, o espetáculo Arte Animal e o lançamento de IBÉRIA – The Last Jam.

Carles Benavent

Nascido em 1954, em Barcelona, é considerado um dos maiores nomes da fusão entre jazz e flamenco, reconhecido pelo virtuosismo no baixo elétrico. Entre 1980 e 2002 integrou o Sexteto de Paco de Lucía, além de colaborar com Camarón de la Isla, Chick Corea, Miles Davis e Pat Metheny.

Apelidado de “La Garza Flamenca”, recebeu prêmios como o Nacional de Música de Espanha (2010) e a Medalla de Oro al Mérito Cultural da Generalitat de Catalunya (2018). Mantém parceria com Manuel de Oliveira desde 2002 e será homenageado em 2025 com o Prémio Alícia à Trajetória.

João Frade

Nascido em 1983, em Albufeira, é acordeonista premiado internacionalmente, formado no CNIMA (França). Recebeu distinções como a Coupe Mondiale e o Trophée Mondiale.

Colaborou com nomes como Mariza, Maria João, Pedro Jóia, Carles Benavent e Manuel de Oliveira. Tem discos autorais como Piriquitos e Botonetes, Solilóquio, Lugares e Rascunhos. Em 2025 lança o álbum Terra Ruiva, com Michael Olivera e Yarel Hernandez, reafirmando sua versatilidade e criatividade.

Quiné Teles

Nascido em 1963, em Ílhavo (Portugal), é percussionista com carreira ativa desde 1982. Estudou no Conservatório de Música do Porto e participou em seminários internacionais como o Percustra (Estrasburgo).

Atuou em formações que vão do jazz à música tradicional portuguesa e integrou a Brigada Vítor Jara (1990–2007), com turnês pela Europa, América do Norte e Brasil. Colaborou com António Pinho Vargas, Mário Laginha, Maria João, Carles Benavent e outros.

Desde 2004 é músico residente no festival Cantos na Maré e lidera projetos como Da Côr da Madeira e o ensemble Trilhos. Também desenvolve oficinas pedagógicas que exploram a aprendizagem rítmica de forma inovadora.

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