Agenda | Notícia

Muafro inaugurou exposição permanente que celebra a arte e as africanidades no Recife Antigo

O Muafro inaugurou a exposição permanente "Entre Continentes", que celebra a arte e as heranças africanas, aberta com entrada gratuita no Recife

Por Catêrine Costa Publicado em 24/07/2025 às 22:45

Clique aqui e escute a matéria

Na quinta-feira, 24 de julho de 2025, o Muafro – Museu de Artes Afro-Brasil Rolando Toro – realizou a abertura da sua nova exposição permanente intitulada “Entre Continentes: Olhares Sobre Arte e Africanidades”. O evento aconteceu às 19h, no casarão histórico localizado na Rua Mariz e Barros, 328, no Recife Antigo, com entrada gratuita.

A inauguração celebrou o compromisso do museu em difundir as heranças africanas por meio das artes, promovendo um diálogo entre história, estética e identidade cultural. A noite foi marcada por música, gastronomia e uma coleção que convidou o público a mergulhar nas diversas expressões artísticas do continente africano e suas conexões com o Brasil.

A cantora e mezzo soprano Anastácia Rodrigues realizou uma intervenção sonora especial, apresentando três canções tradicionais africanas que evocaram as sonoridades ancestrais em sintonia com a proposta estética da exposição. O evento ainda contou com a participação da chef Rosilene Rodrigues dos Santos, do Tabuleiro Culinária Afro Brasileira, que valorizou a gastronomia africana e sua influência na cultura brasileira.

Composta por 44 peças entre máscaras, esculturas e painéis, a mostra permanente ampliou o projeto Museu Vivo, integrando expressões artísticas de regiões da África Ocidental, Central, África do Sul, além de obras provenientes da Indonésia, Bali e Índia. O acervo reflete a relação do colecionador Rolando Toro — antropólogo, psicólogo e criador do Sistema Biodanza — com a estética africana, resultado de suas viagens por países africanos e cidades europeias, como Como e Milão, entre as décadas de 1990 e 2010.

Para a diretora do Muafro, Lúcia Helena Ramos, o museu se consolidou como um espaço de referência cultural e identitária em Pernambuco. Ela destacou que, nesses três anos de portas abertas, o Muafro tornou-se uma casa da cultura afro-pernambucana, recebendo artistas, pesquisadores e visitantes diversos, fortalecendo simbolicamente o coração do Recife Antigo.

A exposição “Entre Continentes” percorre as múltiplas africanidades e entrecruzamentos culturais, revelando como as máscaras e esculturas expressam ciclos da vida, conexões espirituais, rituais e dinâmicas identitárias dos povos africanos. O visitante pôde conhecer o significado por trás das formas, olhos, bocas, corpos e utensílios que compõem as obras.

“Cada peça é um convite para refletirmos sobre o nosso passado, sobre as heranças que atravessaram o Atlântico e moldaram nossa cultura. É uma oportunidade para desmistificar conceitos sobre arte negra e aprofundar nossos entendimentos sobre ética e estética africana”, reforçou Lúcia Helena Ramos.

O Muafro mantém seu compromisso com a educação, a preservação das memórias negras e a promoção de um espaço plural que agrega moda, teatro, literatura, dança e práticas educativas, como a Biodanza. O museu também oferece visitas gratuitas para escolas públicas mediante agendamento.

Além da nova mostra, o público pode conhecer a exposição permanente “Um homem com calo nas mãos não precisa de identidade”, inaugurada em 2022, que reúne esculturas e máscaras afro-brasileiras. A visitação à exposição “Entre Continentes” acontece de quarta a domingo, das 13h às 17h, com ingresso ao custo de R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada para estudantes).

Compartilhe

Tags