Podcast | Notícia

Responsabilidade Social: Crise climática atinge corais de Pernambuco

Em entrevista à Rádio Jornal, pesquisadora Soraya El-Deir alerta para a gravidade do problema e critica boicote dos Estados Unidos à COP 30

Por Com informações da Rádio Jornal Publicado em 30/09/2025 às 19:22 | Atualizado em 30/09/2025 às 19:25

A crítica situação dos recifes de coral em Pernambuco e os desafios globais da crise climática foram destaques na coluna Responsabilidade Social, do programa Balanço de Notícias. A pesquisadora em gestão ambiental e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Soraya El-Deir, enfatizou os impactos da onda de calor marinha no litoral do estado e a urgência de ações internacionais coordenadas.

Confira a coluna na íntegra:

Corais de Pernambuco entre os mais afetados

Estudos publicados na revista Coral Reefs mostram que, em São José da Coroa Grande, no Litoral Sul, 53% dos corais morreram por branqueamento. Já em Porto de Galinhas, destino turístico de destaque, a redução na cobertura coralínea foi de 28%.

Soraya El-Deir explicou que a morte dos corais ameaça toda a fauna e flora marinha. “Os corais funcionam como base de boa parte da vida do mar. Cerca de 50% das espécies marinhas dependem deles em algum momento, seja como abrigo, alimento ou reprodução”, disse.

O branqueamento está diretamente ligado ao aumento da temperatura dos oceanos, às mudanças climáticas e à acidificação da água. Quando a temperatura sobe, os corais expulsam as zooxantelas — algas que vivem em simbiose — e perdem sua vitalidade, tornando-se brancos e frágeis.

Além disso, os recifes atuam como barreiras naturais que protegem a costa do avanço do mar. Em Recife, por exemplo, essa formação deu nome à cidade e ainda desempenha papel crucial na contenção da força das ondas. 

A professora reforçou a necessidade de proteção desse ecossistema. Ela criticou práticas turísticas predatórias, como o pisoteio em áreas de recife em Tamandaré e Porto de Galinhas, além da alimentação artificial de peixes. 

COP 30 e o boicote dos EUA

Sobre a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), Soraya El-Deir avaliou que a representatividade ainda é insuficiente: apenas um terço das delegações de alto nível confirmou presença.

Um dos entraves é o boicote norte-americano. Os Estados Unidos, junto com a China, estão entre os maiores emissores de gases de efeito estufa, mas enquanto os chineses assumem metas de redução, a atual gestão norte-americana nega a gravidade da crise climática.

“Já ultrapassamos o limite de 1,5°C de aumento na temperatura média. Esse é o ponto de não retorno. Se continuarmos avançando, cada vez ficará pior”, alertou.

A expectativa, segundo a pesquisadora, é que países do BRICS e do G7 avancem em compromissos financeiros. Estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam que 2% do PIB internacional seriam suficientes para enfrentar a crise, mas a resistência dos EUA compromete acordos.

Soraya encerrou com uma esperança: que a pressão internacional leve Washington a rever sua posição, assim como já ocorreu em outros temas.

*Texto escrito com auxílio de inteligência artificial, com base em conteúdo original da Rádio Jornal, e sob supervisão e análise de jornalistas profissionais.

Compartilhe

Tags