Crise política no congresso: oposição reage à prisão domiciliar de Bolsonaro e debate aprofunda tensão entre poderes
Analistas e parlamentares em rota de colisão enquanto a Suprema Corte mantém sua posição e a relação entre Legislativo e Judiciário é posta à prova

Política: nos últimos dias, a política nacional foi palco de intensas manifestações de oposição no Congresso Nacional, em resposta à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Deputados e senadores oposicionistas passaram a noite na casa legislativa, revezando-se na ocupação das mesas diretoras de ambas as câmaras durante a madrugada.
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As ações dos parlamentares incluíram:
- Impedir a realização da sessão de abertura de uma importante cúpula, forçando a transferência da solenidade para um auditório anexo.
- Colocar esparadrapos na boca no dia anterior, em um ato simbólico que fazia referência a um suposto silenciamento.
Análise política: a oposição em seu papel e os limites do protesto
O cientista político Professor Hely Ferreira avaliou a postura da oposição, afirmando que ela está em seu papel de questionar e criticar. No entanto, o professor ressalta que tentar inviabilizar um evento internacional já agendado "foge um pouco da razoabilidade" e da "racionalidade".
Ele questiona protestos que "atrapalham a terceiros", e aponta que a prisão preventiva de Bolsonaro já era esperada, pois "vinha sendo descumprido já há bastante tempo medidas que havia sido adotada". Embora se possa questionar a forma de atuação do ministro relator, a ocorrência da prisão era previsível.
Decisão de Moraes e a tensão na Suprema Corte
Nos bastidores da Suprema Corte, existe um "certo desconforto" com a atual tensão entre os três poderes, especialmente entre o Congresso Nacional (representado pela oposição) e o Supremo Tribunal Federal. Contudo, o Ministro Alexandre de Moraes "descartou recuar" da decisão que impôs a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Auxiliares do ministro afirmam que, apesar das críticas, a medida não deve ser revista.
Embora uma ala da corte considere a prisão domiciliar "exagerada e até desnecessária", dada a proximidade do julgamento definitivo da ação penal sobre a "trama golpista", Moraes ainda conta com o apoio da maioria dos seus colegas, especialmente os da primeira turma.
Judiciário e Legislativo: as causas da tensão crônica
O Professor Hely Ferreira destaca que não haveria "nenhum demérito" para um magistrado em relaxar uma prisão posteriormente, caso o comportamento do acusado esteja em conformidade com o processo penal. Ele sugere que Moraes poderá fazê-lo futuramente, citando a flexibilidade já demonstrada ao permitir visitas a Bolsonaro.
O cientista político aponta para uma "tensão muito grande no Brasil, principalmente entre Legislativo e Judiciário". Ele atribui parte dessa tensão ao fato de que, em algumas ocasiões, o Judiciário toma decisões que o Legislativo deveria ter resolvido através de projetos de lei relacionados ao processo penal brasileiro. O Legislativo, por sua vez, "não coloca em pauta" tais questões, priorizando "outras coisas".
O professor relembra que a justiça é inerte, mas quando provocada, "tem que dar uma resposta". Ele conclui que é impossível que uma decisão judicial agrade a todos, e que para aqueles que se sentem lesados, existem os recursos legais.
Por fim, ressalta um princípio fundamental do direito penal: "a prisão é a última coisa que deve ser feita ao cidadão", pois "o indivíduo, o ser humano não nasceu para estar preso, ele nasceu para liberdade".
*Texto gerado com auxílio da IA a partir de uma fonte autoral da Rádio Jornal.