Crime organizado em 2025: Brasil se encaminha para ser um narcoestado?
Especialistas explicam por que o termo "narcoestado" não se aplica à realidade brasileira, apesar do notório avanço criminal
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O ano de 2025 tem sido marcado por eventos que reforçam a percepção de que o crime organizado está ganhando poder e influência no Brasil. Casos de grande repercussão, como o assassinato de um ex-delegado em São Paulo, a morte de um membro do PCC por policiais militares no aeroporto de Guarulhos, a expansão dos negócios do grupo paulista em FinTechs na Faria Lima e o êxodo forçado de moradores em um vilarejo no Ceará devido à guerra entre facções, levaram parte dos brasileiros a questionar se o país estaria se tornando um narcoestado.
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Mas o que, de fato, é um narcoestado?
Embora não haja uma definição científica precisa, a ideia central é a de uma nação onde o crime se apropria da estrutura do Estado, fazendo com que este passe a funcionar em função da indústria das drogas ilícitas.
Apesar do intenso debate, especialistas afirmam que não é possível falar em narcoestado quando se discute o Brasil, porque o termo não descreve os fenômenos que se observam no país. Essa definição não se aplica ao Brasil e a praticamente nenhum outro país atualmente.
Exemplos históricos pontuais de narcoestado incluem o Panamá entre 1983 e 1989, quando o país foi governado por Manuel Noriega, que tinha envolvimento direto com o tráfico de drogas. Outro caso citado é o do México nas décadas de 1970 e 1980, sob o Partido Revolucionário Institucional (PRI), que não geria o tráfico de drogas, mas regulava os cartéis. Portanto, não é possível definir que o Brasil viva um narcoestado no contexto atual.
O avanço notório das facções e suas novas fontes de renda
Embora o rótulo de narcoestado não se aplique, é notório o avanço do crime organizado no Brasil. Há indícios de que facções têm infiltrações dentro da política.
O crescimento financeiro das facções criminais ocorreu em paralelo à sua expansão pelo território nacional e até internacional. Depois de enriquecerem com o varejo de drogas nas décadas de 1990 e 2000, as organizações criminosas diversificaram suas atividades e fontes de renda nos últimos anos.
O Comando Vermelho e o PCC, após dominarem comunidades no Rio de Janeiro e a periferia de São Paulo, expandiram-se além das fronteiras de origem, buscando o controle das rotas do tráfico de cocaína e dos pontos de venda de drogas.
As novas frentes de negócio se revelaram altamente rentáveis:
• Crimes Virtuais e Furtos de Celulares: Revelaram-se um negócio extremamente lucrativo, movimentando R$ 6,6 bilhões por ano.
• Mercados Legais: Inicialmente usados para lavar dinheiro, esses mercados também se mostraram rentáveis, movimentando R$ 6,8 bilhões por ano, segundo números do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Essa diversificação e a expansão territorial demonstram que, mesmo sem o status de narcoestado, o poder e a influência das facções criminais continuam a crescer significativamente no Brasil.
*Texto gerado com auxílio de IA a partir de conteúdo autoral da Rádio Jornal com edição de jornalista profissional