Redução de 4,9% no preço da gasolina pela Petrobras impulsiona expectativas de inflação baixa
Boa notícia desta terça-feira deve afetar diretamente o bolso do trabalhador e pavimentar caminho para menor inflação pós-Plano Real
É uma notícia para se comemorar: a Petrobras anunciou uma redução significativa de 4,9% no preço da gasolina. A expectativa é que essa diminuição chegue aos postos de combustível, proporcionando gasolina mais barata ao consumidor.
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É importante notar que a gasolina tipo C, vendida nos postos, é resultado de uma transformação que inclui a adição de 30% de etanol, ou seja, a gasolina que se consome é composta por 70% de gasolina e 30% de etanol. Contudo, a redução no preço cobrado pela Petrobras deve se refletir no valor final do combustível.
Impacto imediato e projeções futuras
Os benefícios da redução do combustível se estendem para além dos motoristas. Essa diminuição deverá afetar a inflação do mês de outubro, com a possibilidade de o índice ficar baixo, talvez até menos que 0,3%.
O mercado já demonstrava otimismo na última segunda-feira, com uma expectativa de que a inflação deste ano ficasse em 4,7%, um valor já muito próximo do teto da meta estipulada. Com a recente redução da gasolina, aumenta a possibilidade de que o país consiga um controle inflacionário ainda melhor em 2025, mantendo-a dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e vigiada pelo Banco Central do Brasil.
Caso a inflação realmente se mantenha nesse patamar, existe a possibilidade de que o Comitê de Política Monetária (COPOM) inicie um processo de redução na taxa de juro Selic a partir do começo do próximo ano.
Menor inflação da história pós-plano real
Se a inflação conseguir se estabilizar nesse nível baixo, o atual governo (Lula 3) pode se consagrar como o governo com a menor média inflacionária nos seus quatro anos, superando todos os governos pós-Plano Real. Isso significaria uma inflação média mais baixa do que as registradas nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC), e também menor do que nos governos Lula 1 e Lula 2. A inflação seria significativamente mais baixa do que a do governo anterior (Bolsonaro), que foi considerada "bem alta".
É crucial que a inflação permaneça baixa, pois a alta nos preços afeta diretamente o bolso do trabalhador, exigindo mais dinheiro para a compra de alimentos e pagamento de contas.
A prévia da inflação de outubro, o IPCA-15, será divulgada na próxima sexta-feira, já com expectativas de um índice mais baixo que o mês anterior. No entanto, o índice oficial, o IPCA, que revelará a inflação real de outubro, será divulgado por volta do dia 10 de novembro. Espera-se que este índice traga a boa notícia de que a inflação está diminuindo, especialmente a inflação dos alimentos.