Deepfake: entenda o golpe que resultou em fraudes de até R$ 210 milhões e quais crimes previstos na legislação
Quadrilha atuava em 5 estados e utilizava vídeos falsos gerados por inteligência artificial para enganar vítimas em vendas fraudulentas na internet

Um grupo criminoso que operava em cinco estados brasileiros é suspeito de aplicar um golpe que pode ter movimentado até R$ 210 milhões por meio de vendas fraudulentas na internet. Para enganar as vítimas, a quadrilha utilizava vídeos com a tecnologia deepfake, manipulando a imagem de celebridades como a modelo Gisele Bündchen para anunciar produtos falsos.
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Os suspeitos foram identificados e devem responder por estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e jogo de azar. A operação criminosa se estendia pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Bahia e Pernambuco.
O que é deepfake e como funciona?
A tecnologia de deepfake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência artificial. A prática consiste em usar um vídeo de referência e substituir o rosto ou o corpo de uma pessoa por outra que não estava na gravação original. Além disso, é possível criar áudios falsos, fazendo a IA "aprender" a voz de alguém para gerar novas falas, sincronizando inclusive o movimento dos lábios com as palavras ditas.
Essa tecnologia tem evoluído rapidamente, tornando a identificação das fraudes cada vez mais difícil. Fatores como o avanço de sistemas computacionais que imitam neurônios, o aumento da capacidade de processamento, a redução de custos da computação em nuvem e o desenvolvimento de placas de vídeo focadas em IA facilitaram o acesso e aumentaram a qualidade dos vídeos falsos.
No entanto, para aplicar golpes, os criminosos nem sempre precisam de alta tecnologia. Vídeos de deepfake criados para circular em aplicativos de mensagens, por exemplo, não exigem tanta qualidade para serem convincentes, representando um perigo real para o cidadão comum, podendo ser o ponto de partida para fraudes financeiras, como a compra de um veículo ou até de um imóvel.
A investigação e a ostentação dos criminosos
Os investigadores chegaram aos suspeitos a partir da análise de perfis falsos em redes sociais, que eram usados para veicular as campanhas publicitárias fraudulentas. Para dificultar o rastreamento, um dos perfis utilizava um nome fictício criado com dados falsos e se conectava à internet por meio de uma VPN, ferramenta que oculta a localização real do usuário.
Apesar das tentativas de anonimato, os perfis verdadeiros dos estelionatários foram identificados. Neles, os criminosos não apenas ostentavam os ganhos obtidos com os golpes, mas também debochavam das pessoas que haviam enganado.
*Texto gerado com auxílio de IA a partir de conteúdo autoral da Rádio Jornal com edição de jornalista profissional