Dólar em queda: moeda norte-americana enfrenta pior desempenho em 50 anos; entenda
Fatores como sanções geopolíticas, dívida pública recorde e estratégias do governo Trump ajudam a explicar a desvalorização acumulada de 11% da moeda

O dólar estadunidense, por muito tempo considerado o pilar da economia global, registrou seu pior desempenho em mais de cinco décadas no primeiro semestre do ano. De acordo com o índice do Banco Central norte-americano, que compara a moeda com outras seis divisas importantes — euro, iene, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço —, a desvalorização acumulada até junho foi de 11%. Essa queda acende um alerta sobre a confiança global na moeda e levanta questões sobre as estratégias por trás desse movimento.
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Causas da desvalorização e perda de confiança
Diversos fatores contribuem para a perda de força do dólar no cenário mundial. Um dos principais motivos é o uso da moeda como instrumento de punição geopolítica por parte do governo dos Estados Unidos. A aplicação de sanções econômicas, que podem excluir países, empresas e investidores do sistema financeiro internacional, gera instabilidade e desconfiança. Um exemplo claro foi o congelamento de ativos de investidores e bancos russos, uma medida que ameaça a percepção de segurança dos títulos do tesouro norte-americano, tradicionalmente vistos como os ativos mais seguros do mundo.
Outro ponto de preocupação é o crescente déficit fiscal do país. Em 2024, a dívida federal dos Estados Unidos atingiu a marca de 35,46 trilhões de dólares, o equivalente a 123% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Esse endividamento alimenta o temor entre investidores de que o governo possa, no futuro, desvalorizar intencionalmente o dólar para reduzir ou liquidar seus déficits. Para alguns economistas, essa estratégia tornaria as exportações americanas mais baratas e competitivas no mercado internacional.
Dentro do governo Trump, há visões conflitantes sobre o papel do dólar. Por um lado, alinhado à estratégia "America First" ("América em Primeiro Lugar"), Trump vê o domínio da moeda como um símbolo do nacionalismo americano. Por outro, medidas recentes, como a aprovação de uma lei em julho, buscam reforçar a sua preponderância. Um exemplo é o apoio a criptomoedas pareadas ao dólar, que, segundo analistas, podem ampliar ainda mais a presença da moeda norte-americana no sistema financeiro global.
*Texto gerado com auxílio de IA a partir de conteúdo autoral da Rádio Jornal com edição de jornalista profissional