Silvio Costa Filho detalha investimentos em portos de Pernambuco e prevê edital para terminal de passageiros no Recife
O ministro confirmou dragagem de R$ 100 milhões no Porto do Recife e prevê R$ 2,5 milhões em investimentos privados no terminal de passageiros
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participou de entrevista à Rádio Jornal, nesta quarta-feira (18), e detalhou uma série de obras previstas e em execução nos portos de Pernambuco.
Entre os destaques, está a dragagem do Porto do Recife, com investimentos de cerca de R$ 100 milhões, incluídos no Novo PAC.
A obra, aguardada há mais de dez anos, deve aumentar a profundidade do canal para até 14 metros, permitindo a atracação de embarcações de maior porte.
“Quando assumi, conversei com o presidente Lula e apresentei esse projeto. Incluímos no PAC e agora estamos assegurando os recursos. Essa dragagem vai dar mais competitividade ao Porto do Recife, ampliando operações de açúcar, milho, fertilizantes, etanol e outros produtos. Isso significa mais geração de emprego e renda”, afirmou o ministro.
Leilões de terminais e turismo marítimo
Durante a entrevista, o ministro lembrou que o Porto do Recife já passou por quatro leilões de terminais de cargas nos últimos dois anos, como os arrendamentos simplificados das áreas REC08, REC09 e REC10, que preveem investimentos para modernização da infraestrutura.
A previsão é realizar mais dois leilões em 2026, referentes aos terminais REC 11 e REC 03, destinados a granéis sólidos.
O ministro também destacou a preparação de um edital para o arrendamento do terminal de passageiros, com leilão previsto ainda em 2025 na B3. O espaço deve ser reestruturado para estimular o turismo de cruzeiros no Recife.
“O terminal marítimo estruturado é fundamental para a cidade. Queremos lançar esse edital em novembro ou dezembro, com expectativa de investimentos privados na ordem de R$ 2,5 milhões. A ideia é recuperar o protagonismo do Recife também no turismo de lazer”, explicou.
Suape: dragagem e novo terminal de contêineres
Silvio Costa Filho destacou ainda os avanços no Porto de Suape, que concentra dois grandes eixos de investimento.
O primeiro é a atração de capital privado, exemplificado pelo contrato com a APM Terminals, no valor de R$ 1,6 bilhão, que vai mais que dobrar a capacidade de movimentação de contêineres e já gera cerca de 1.500 empregos diretos.
O segundo é a dragagem do canal interno, realizada em parceria entre governo federal e estadual, com aporte de R$ 100 milhões da União.
A obra vai aprofundar o calado para cerca de 16 metros, permitindo a atracação de embarcações de grande porte e reforçando a competitividade do porto no comércio internacional.
“Esse conjunto de investimentos vai aumentar a competitividade de Pernambuco e colocar Suape em outro patamar logístico”, afirmou o ministro.
Apoio federal e desafios logísticos
Questionado sobre a disponibilidade dos recursos, Silvio Costa Filho assegurou que os repasses estão garantidos, mesmo em um cenário de restrições orçamentárias.
Ele frisou que o governo federal tem colaborado de forma decisiva com Pernambuco.
“O governo do presidente Lula tem ajudado muito a governadora Raquel Lyra. As principais obras em andamento em Pernambuco hoje são federais: duplicação da BR-423, conclusão da BR-104, construção da Escola de Sargentos, novos institutos federais, além da retomada da Transnordestina, que representa R$ 5 bilhões em investimentos”, elencou.
Ao ser provocado sobre os gargalos logísticos de escoamento de cargas em Suape, o ministro disse que o tema está em pauta e que a ideia é reduzir a burocracia e agilizar os processos de licitação.
Segundo ele, a meta é ampliar a infraestrutura de conexão rodoviária e ferroviária para destravar a movimentação de cargas.
“Melhor momento econômico dos últimos dez anos”
Ao avaliar o cenário nacional, Silvio Costa Filho destacou que o Brasil vive um dos melhores momentos da última década, com crescimento médio de 3% do PIB nos últimos três anos, queda da inflação e do desemprego, além do fortalecimento de setores como indústria, serviços e construção civil.
Porém alertou para perda de competitividade no Estado.
“Naturalmente, Pernambuco precisa recuperar competitividade em relação a outros estados do Nordeste, como a Paraíba. Mas tenho buscado ajudar a governadora, prefeitos e o setor produtivo, porque nosso papel institucional é trabalhar pelo desenvolvimento do Estado”, concluiu o ministro.