Deflação: entenda o que significa a queda nos preços e por que nem sempre é uma boa notícia
IBGE registrou a primeira variação negativa do ano no índice oficial de inflação. Saiba o que é o fenômeno e qual a sua diferença para a desinflação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta semana a primeira deflação do ano, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — o índice oficial da inflação — registrando uma queda de -0,11%, após uma alta de 0,26% em julho. Embora a ideia de preços em queda pareça positiva à primeira vista, o fenômeno da deflação pode ser um sinal de alerta para a economia.
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O que é deflação?
Diferente de uma queda pontual, a deflação é caracterizada pela queda generalizada de preços de produtos e serviços que ocorre de forma contínua e por um período razoavelmente longo. Para que um cenário seja considerado deflacionário, não basta que o índice de inflação fique negativo por um ou dois meses; é preciso que o fenômeno se estabeleça como uma tendência, embora não haja um consenso exato entre economistas sobre a duração necessária.
Além disso, a queda de preços precisa ser generalizada, ou seja, deve afetar uma vasta gama de produtos e serviços. Reduções concentradas em poucos segmentos, mesmo que puxem o índice geral para baixo, não configuram uma deflação. A causa principal da deflação é um desequilíbrio no mercado: a oferta de produtos e serviços se torna maior do que a demanda, indicando que há mais itens à venda do que as pessoas desejam ou têm condições de comprar.
Deflação, desinflação e inflação: qual a diferença?
É importante não confundir os conceitos. Os termos podem parecer semelhantes, mas descrevem cenários econômicos distintos:
• Inflação: É o oposto da deflação. Caracteriza-se pelo aumento generalizado e contínuo dos preços de bens e serviços por um período prolongado.
• Desinflação: Ocorre quando há uma redução no ritmo da inflação. Ou seja, os preços continuam subindo, mas em uma velocidade menor do que no período anterior. Um índice de inflação que cai de um mês para o outro, mas permanece positivo, é um exemplo de desinflação.
• Deflação: Como explicado, é a queda contínua e generalizada dos preços.
Por que a deflação pode ser um problema?
Embora a ideia de pagar menos por produtos e serviços seja atraente, a deflação prolongada é considerada prejudicial para a economia. Ela indica que o poder de compra da população está reduzido, forçando comerciantes e prestadores de serviços a cortarem seus lucros na tentativa de estimular a demanda.
Essa dinâmica pode criar um ciclo vicioso: com a expectativa de que os preços continuarão caindo, os consumidores adiam suas compras na esperança de encontrar valores ainda mais baixos no futuro. Essa postergação do consumo agrava a queda da demanda, levando as empresas a reduzirem ainda mais os preços e, consequentemente, a produção e os investimentos, o que pode resultar em desemprego e estagnação econômica.
*Texto gerado com auxílio de IA a partir de conteúdo autoral da Rádio Jornal com edição de jornalista profissional