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Mundo e Diplomacia: Uma Mensagem de "Nova Guerra Quente" ao Mundo, alerta diplomata

Professor e diplomata analisa reunião de cúpula em Pequim e alerta para acirramento de tensões e riscos de alinhamento do Brasil com autocracias.

Por Com informações da Rádio Jornal Publicado em 08/09/2025 às 11:28 | Atualizado em 08/09/2025 às 11:46

Durante sua participação na coluna 'Mundo e Diplomacia', do programa Balanço de Notícias da Rádio Jornal, o professor e diplomata Thales Castro trouxe uma análise contundente sobre a reunião de cúpula entre os líderes Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China) e Kim Jong Un (Coreia do Norte), ocorrida em Pequim por ocasião dos 80 anos do término da Segunda Guerra Mundial. Para ele, o encontro é, "sem dúvida, uma mensagem de um campo de batalha que se forma diante daquilo que eu chamo de uma nova guerra quente".

Confira a coluna na íntegra

Nova Guerra Quente

O diplomata explicou que essa "nova guerra quente" estabelece dois campos adversários em rivalidade: de um lado, o "eixo sino-russo, que na verdade inclui também aí a Coreia do Norte e não esquecendo o Irã", e do outro, "as potências do Ocidente capitaneadas pelos Estados Unidos, OTAN, forças da União Europeia". O desfile em Pequim foi uma "demonstração de musculatura", carregada de simbolismo, união, coesão e rivalidade, sendo esta última a palavra-chave para o momento atual. A celebração do fim da Segunda Guerra Mundial, particularmente dolorosa para a China, deixou "muito patente que nessa reunião de cúpula... Coréia do Norte, Moscou... e obviamente também a China estão lado a lado formatando aí um bloco aí de aliança militar", acentuando o acirramento das tensões e uma "demonstração de força contrárias ao Ocidente".

Nova Ordem Mundial

Thales Castro enfatizou a gravidade da situação ao destacar que o "trilátero, esse eixo aí, Moscou, Pequim, Pingyang, ele é um eixo de três países... nuclearmente armados". A Rússia possui armas nucleares desde os anos 40, a China desde os anos 60, e a Coreia do Norte, mais recentemente, desde 2006. Lidar com essa frente adversária significa enfrentar "muita ameaça em escala e de destruição", evocando a doutrina da Destruição Mútua Assegurada (MAD) da Guerra Fria do século XX. Segundo o diplomata, essa demonstração de força ostensiva busca **"enfraquecer as estruturas... liberais lá do ocidente" e "mostrar uma nova ordem mundial". A China, como superpotência, "questiona as ordens postas, não aceita mais as doutrinas do sistema internacional desde 1945 e que o mundo mudou e de maneira muito irreversível".

Castro reiterou que "essa guerra não é mais fria... É quente". A atual é uma "guerra muito mais sorrateira", envolvendo não apenas doutrinas político-econômicas, mas também "modelos de sociedade, envolve paradigmas de futuro". Cada polo oferece um projeto, e essa nova coalizão representa uma "guerra quente em todos os sentidos para contornos absolutamente perigosos de paquera do armagedon mesmo".

Posicionamento do Brasil

Por fim, o diplomata abordou as implicações para o Brasil. Ele ressaltou que a atual gestão brasileira "tem demonstrado e mais que demonstrado. Tem feito prova material, concreta, de que tem, está tendo, de forma equivocada na minha leitura, uma inclinação, de simpatia, de solidariedade, de apoio, de parceria com a China". Essa postura, segundo Castro, "alija um aliado histórico do Brasil, Estados Unidos", com quem o Brasil celebra 200 anos de relações diplomáticas. Ele alertou que o Brasil "aparentemente está indo por um caminho de simpatizar com autocracias no mundo, com ditaduras e com privações de liberdades e garantias, que é o modelo... desse eixo chino-russo". Para Thales Castro, isso é "perigoso" e "absolutamente precário para nossas históricas relações diplomáticas com Ocidente, particularmente com os Estados Unidos".

*Texto gerado com auxílio da IA a partir de uma fonte autoral da Rádio Jornal, com edição de jornalistas profissionais.

 

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