Entenda suas contas: dívida boa ou ruim? O segredo da saúde financeira está na gestão
Milhões de brasileiros enfrentam o endividamento, mas especialistas alertam: nem toda dívida é inimiga

Coluna é da sua conta: No Brasil, o cenário do endividamento é uma realidade para milhões de pessoas, configurando um grande problema financeiro. No entanto, o senso comum nem sempre reflete a complexidade do tema. Será que toda dívida é realmente prejudicial? O especialista em finanças pessoais, Leandro Trajano, desmistifica essa ideia, explicando que existe a "dívida boa" e a "dívida ruim". A chave para navegar nesse universo, segundo Trajano, não é evitar dívidas a todo custo, mas sim saber administrá-las.
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Dívida boa: quando o crédito vira investimento na vida ou negócio
A noção de que uma dívida pode ser "boa" soa paradoxal para muitos, já que a palavra dívida é naturalmente associada a algo negativo. Contudo, uma dívida boa é aquela que você contrai visando uma melhoria de vida para si, para seu negócio ou para sua empresa. Ela é um crédito que impulsiona o crescimento.
Exemplos claros de dívida boa incluem:
- Financiamento imobiliário: Para quem mora de aluguel e sonha com a casa própria, financiar um imóvel, dando uma boa entrada e garantindo que o valor da parcela cabe no orçamento, é considerado uma dívida boa. Você está se endividando para melhorar efetivamente de vida e aumentar seu patrimônio.
- Financiamento de veículo para trabalho: Adquirir um carro para utilizá-lo como ferramenta de trabalho, gerando renda, também se enquadra como uma dívida positiva.
A condição primordial para que uma dívida seja classificada como boa é a sua capacidade de administrá-la. Ou seja, o valor da parcela precisa caber no seu orçamento sem comprometer sua saúde financeira. É fundamental ter certeza de que você conseguirá custear suas despesas fixas e variáveis (saúde, educação, lazer, segurança, alimentação da família) enquanto paga a dívida.
Alerta importante: Mesmo as dívidas consideradas boas exigem cuidado e moderação. Leandro Trajano ressalta que "tudo demais, até aquilo que é bom termina sendo exagero e fazendo mal". Acumular muitas dívidas boas pode levar a um endividamento negativo, transformando o que seria uma conquista em um problema, especialmente se você "pisar demais além do que deve". A consciência é crucial.
Dívida ruim: o caminho para a inadimplência e o estresse financeiro
Em contraste, a dívida ruim surge de uma má administração do dinheiro ou da necessidade de tomar crédito apenas para "respirar" e tentar se reorganizar financeiramente. Ela não é gerada por algo positivo, mas sim por uma situação de desequilíbrio.
As dívidas mais comuns e problemáticas para a maioria dos brasileiros, que somam milhões de endividados, não são de valores altos, mas se tornam difíceis de sair devido à realidade de receita e despesas mensais.
Entre os principais vilões da dívida ruim, destacam-se:
- Contas de consumo atrasadas: Deixar de pagar contas de água ou luz, acumulando débitos que levam ao corte dos serviços, é um exemplo clássico.
- Cartão de crédito mal utilizado: O cartão é um gerador de dívidas muito fácil. Muitas pessoas o utilizam para continuar comprando e consumindo além de suas possibilidades, encarando-o como dinheiro próprio, quando na verdade é um crédito do banco. O resultado é uma fatura que, em muitos casos, excede o que se ganha, levando ao pagamento do mínimo ou ao acúmulo de dívidas em múltiplos cartões.
- Parcelamento excessivo: Achar que parcelar é a solução para "suavizar" a dor é um engano. O parcelamento dilui a dor, mas as parcelas se acumulam e "mordem" o salário futuro, comprometendo orçamentos por meses a fio, como o dinheiro do carnaval que já está comprometido para alguns. Esse consumo desordenado, muitas vezes, leva a um endividamento negativo que tira o sono e a tranquilidade.
A chave para a saúde financeira: administrar e conscientizar
O verdadeiro problema financeiro, segundo Leandro Trajano, não é ter dívidas, mas sim não poder pagá-las e se tornar inadimplente. Dívidas que você consegue administrar, independentemente de serem boas ou ruins, são gerenciáveis e têm um fim.
Para evitar que as dívidas ruins se tornem uma constante necessidade, a consciência dos gastos é fundamental.
- Gaste menos do que ganha: Esta é a regra de ouro para que você possa poupar e não precise recorrer ao crédito para cobrir despesas básicas.
- Evite o ciclo vicioso: O consumo desenfreado e o uso irresponsável do cartão de crédito podem levar a um ciclo interminável de dívidas.
- Organize-se: O ano novo e o carnaval já estão batendo à porta. Ainda há tempo para que as pessoas que não se organizaram em 2023 fechem o ano de forma tranquila, seja organizando as dívidas existentes ou, pelo menos, não assumindo novas.
"O problema não é ter dívidas. Dívidas que você conseguir administrar, sejam elas dívidas boas ou ruins, mas dívidas que você consegue administrar, que você consegue ter essa parcela a pagar... tudo bem, vai virar página", afirma Trajano. No entanto, quando as dívidas se tornam inadministráveis, a situação fica realmente difícil e complicada.
A mensagem final é clara: o crédito para "respirar" e se organizar, e o crédito para crescer, são importantes, mas devem ser usados com consciência. Nada em excesso é bom, e muito menos a dívida. A organização e a administração consciente são o caminho para a tranquilidade financeira.
*Texto gerado com auxílio da IA a partir de uma fonte autoral da Rádio Jornal