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Motoristas de app em Recife: lucro R$ 2.200 e jornada exaustiva

Segundo Gigo, motoristas em Recife ganham R$ 10,39/h por 50 horas semanais. Custos operacionais, principalmente gasolina, consomem a maior parte.

Por Lucca De Biase Publicado em 01/09/2025 às 8:33

A realidade financeira dos motoristas de aplicativo em Recife é marcada por uma jornada exaustiva e um lucro líquido que mal cobre as necessidades básicas. Dados de um levantamento da Gigo, base de dados sobre trabalhadores de aplicativo no Brasil, referentes ao primeiro semestre de 2025, mostram que, para um lucro final de pouco mais de R$ 2.200 por mês, o motorista trabalha em média 50 horas por semana.

A Dura Realidade Financeira dos Motoristas de App em Recife

O faturamento bruto mensal de um motorista de aplicativo em Recife atinge uma média de R$ 5.633. No entanto, os custos operacionais consomem a maior parte desse valor, superando os R$ 3.300 em despesas. Manutenção do veículo, aluguel (se for o caso) e, principalmente, combustível, são os grandes responsáveis por essa fatia significativa do orçamento.

A gasolina é apontada como a grande vilã do orçamento do motorista, levando sozinha mais de 30% de tudo que é faturado, com um gasto mensal de R$ 1.740. Ao final do mês, o que resta no bolso do trabalhador é um lucro líquido de R$ 2.261. Considerando a jornada de 50 horas semanais, isso equivale a ganhar apenas R$ 10,39 por hora trabalhada.

Recife x São Paulo: Lucro Menor, Desafio Maior

O cenário em Recife é ainda mais desafiador quando comparado a outras capitais brasileiras, como São Paulo, onde o lucro dos motoristas já é considerado complicado. Luiz Gustavo Neves, cofundador e CEO da Gigo, destaca que a receita semanal em Recife é 35% inferior à dos motoristas de São Paulo.

Além disso, o valor por quilômetro e o valor por hora ofertados nas corridas em Recife são, respectivamente, 28% e 22% menores do que em São Paulo. "No final, o que a gente tá falando é que o motorista em Recife ganha menos dinheiro, ele é menos lucrativo do que o motorista em São Paulo," afirma Neves. A lucratividade de um motorista em Recife é, em média, 47% menor do que a de um motorista em São Paulo, mesmo com custos operacionais que não são mais baratos na capital pernambucana.

Estratégia e Pressão: A Chave Para Melhorar os Ganhos

Diante dessa realidade, Luiz Gustavo Neves ressalta a importância da sabedoria na escolha das corridas para que os motoristas consigam melhorar seus resultados financeiros ao final do mês. "É importante que os motoristas sejam conscientes de que eles precisam fazer escolhas inteligentes sobre quais corridas aceitar. Não dá para ficar aceitando qualquer corrida. Eles não vão ter um bom resultado financeiro se fizerem isso," explica Neves.

A difusão desses dados na mídia aumenta a conscientização sobre o tema. Contudo, a única forma de pressionar as plataformas para que ofereçam condições melhores para os motoristas é através da seletividade dos próprios trabalhadores. "Enquanto tiver motorista desinformado, fazendo escolhas ruins, as plataformas vão continuar fazendo uso disso," alerta o CEO da Gigo.

Precarização: Além das Finanças, a Vulnerabilidade Social

A vulnerabilidade dos motoristas de aplicativo vai além das questões financeiras. Uma pesquisa nacional da mesma empresa revela um quadro de grande precarização da categoria. 70% dos motoristas dependem exclusivamente das plataformas como sua principal fonte de renda.

Mesmo com longas jornadas de trabalho, mais de 80% deles não possuem qualquer proteção previdenciária, e alarmantes 67% estão endividados. Esses dados sublinham a necessidade urgente de discussões sobre as condições de trabalho e a sustentabilidade da atividade para milhares de profissionais no Brasil.

*Texto gerado com auxílio da IA a partir de uma fonte autoral da Rádio Jornal, com edição de jornalistas profissionais.

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