Chatbots: entenda como IA simula perfis infantis e engaja diálogos de cunho sexual com usuários
Advocacia-Geral da União exige que plataformas como Instagram, Facebook e WhatsApp removam chatbots, visando a proteção de crianças e adolescentes

A Advocacia-Geral da União (AGU) emitiu uma notificação extrajudicial à Meta, empresa controladora do Instagram, Facebook e WhatsApp, solicitando a imediata exclusão de robôs de inteligência artificial que simulam perfis com linguagem e aparência infantil. A principal preocupação do órgão é que esses chatbots permitem a manutenção de diálogos de cunho sexual com os usuários.
A AGU ressalta que essas ferramentas possibilitam a criação de perfis com linguagem e aparência infantil capazes de manter conversas de teor sexual. A notificação foi fundamentada em reportagens das agências Reuters e do Núcleo Jornalismo, que evidenciaram como a inteligência artificial da Meta permitia conversas de teor sexual com crianças.
O funcionamento dos chatbots e o alerta da AGU
Os chatbots em questão são criados com a ferramenta Meta IA Studio, disponibilizada pela própria empresa em suas plataformas, e utilizam inteligência artificial para simular diálogos com os usuários das redes sociais.
No documento, a AGU pede que a Meta indisponibilize todos os chatbots que utilizam linguagem infantil para propagar conteúdo sexual e que a empresa esclareça quais medidas estão sendo adotadas. As mudanças seriam implementadas no Facebook, Instagram e WhatsApp para garantir a proteção de crianças e adolescentes, incluindo ações para que eles não tenham acesso a conteúdo sexual ou erótico.
O potencial risco e a violação de normas
A representação da AGU destaca que esses chatbots têm potencialidade de alcançar um público cada vez mais amplo nas plataformas digitais da Meta, ampliando de forma exponencial o risco do contato de menores de idade com material sexualmente sugestivo e potencialmente criminoso.
Além disso, o documento aponta que, embora as plataformas digitais da Meta sejam permitidas para pessoas a partir dos 13 anos, não existe um filtro etário eficaz para verificar se usuários entre 13 e 18 anos estão acessando conteúdos inadequados, como os referidos chatbots. A AGU também afirma que o tipo de conteúdo gerado por esses chatbots de IA viola os próprios padrões da comunidade da Meta, que proíbem conteúdos com erotização infantil, exploração sexual infantil e conversas implicitamente sexuais em mensagens privadas com crianças.
A responsabilidade das plataformas digitais
A AGU sustenta que o Supremo Tribunal Federal (STF) já estabeleceu que os provedores de aplicações de internet devem ser responsabilizados pelos conteúdos gerados por terceiros. Essa responsabilidade ocorre nos casos em que, tendo ciência inequívoca do cometimento de atos ilícitos, os provedores não procedem à remoção imediata do conteúdo, sem prejuízo do dever de cuidado em caso de circulação massiva de conteúdos ilícitos graves.
*Texto gerado com auxílio de IA a partir de conteúdo autoral da Rádio Jornal com edição de jornalista profissional