João Campos destaca avanço em creches no Recife e manda recado: "Não adianta prometer e não entregar"
Prefeito exalta números da educação infantil, cita intercâmbio próprio e reforça discurso de entrega em meio a embate com o Governo de PE
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Em um discurso marcado por números, comparações e recados políticos indiretos, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), afirmou que a capital vive um “feito histórico” na educação infantil e sustentou que resultados concretos diferenciam gestões públicas.
A declaração foi feita nesta sexta-feira (19), durante entrevista ao Debate da Super Manhã, da Rádio Jornal.
“Uma cidade que tem 3,5% da população do Brasil criar 40% das vagas de creche das capitais não é pouca coisa. Não adianta prometer, falar e não entregar. A gente está fazendo”, disse o prefeito, em uma fala que ultrapassa o balanço administrativo e se insere no atual embate político com o Governo do Estado.
Segundo João Campos, quando ele assumiu a Prefeitura, o Recife tinha 6.439 vagas de creche – número acumulado ao longo de cerca de quatro décadas.
Hoje, afirmou, são 16.500 vagas em funcionamento, com mais de 10 mil novas vagas criadas. A previsão é chegar a 18 mil matrículas já em fevereiro e triplicar a oferta até o meio do próximo ano.
O prefeito ressaltou que todas as vagas são de educação integral, das 7h às 17h, e que mais de 500 novas salas de aula foram abertas. De acordo com ele, dados dos censos escolares de 2023 e 2024 indicam que 40% das novas vagas de creche criadas nas capitais brasileiras surgiram no Recife.
A fala ocorre poucos dias após a troca pública de versões entre a Prefeitura e o Governo de Pernambuco sobre a indicação de terrenos para a construção de creches estaduais na capital, episódio que escancarou a disputa política entre João Campos e a governadora Raquel Lyra (PSD).
Intercâmbio como marca de gestão
Na entrevista, João Campos também destacou o programa municipal de intercâmbio internacional para estudantes da rede pública, apresentado como o primeiro do país voltado a alunos do ensino fundamental.
Segundo ele, mil estudantes passam por um ciclo de intensivo de inglês, dos quais cem são selecionados para participar de summer camps em universidades no Canadá, Estados Unidos e Inglaterra.
A menção ganha peso político ao ocorrer em um contexto no qual o programa estadual Ganhe o Mundo enfrentou, nos últimos anos, atrasos, problemas de licitação e falhas de comunicação, gerando insegurança entre estudantes e famílias no interior do Estado.
Embora o governo tenha adotado medidas legislativas para garantir o embarque de alunos prejudicados, as dificuldades na execução se tornaram alvo de críticas recorrentes.
Sem citar diretamente o programa estadual, João Campos enfatizou que o intercâmbio municipal é fruto do desempenho acadêmico dos alunos da escola pública e integra uma estratégia mais ampla de mobilidade social por meio da educação.
Programa de formação superior
O prefeito também mencionou o Embarque Digital, programa de formação superior na área de tecnologia. Segundo ele, dos cerca de 2 mil jovens participantes, todos egressos da escola pública, 83% têm renda familiar de até três salários mínimos.
Na última formatura, afirmou, 70% dos concluintes já estavam empregados com carteira assinada, recebendo ao menos três salários mínimos.
“O que a gente está fazendo pode não dar like, pode não dar visualização, mas muda a vida das pessoas”, disse.
Ao projetar o futuro, João Campos afirmou que essas políticas devem alterar o perfil do Porto Digital nos próximos anos, com maior presença de jovens da periferia do Recife em postos qualificados.
Sem citar adversários, reforçou a mensagem central da entrevista: a de que resultados, e não promessas, definem uma gestão pública.
