'Vou correr atrás do prejuízo', diz Raquel Lyra sobre demora na aprovação de empréstimo na Alepe
Projeto que autoriza governo a captar R$ 1,5 bilhão ficou meses travado na Assembleia Legislativa; governadora acredita em motivação política

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A governadora Raquel Lyra voltou a criticar a demora da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para aprovar o empréstimo de R$ 1,5 bilhão destinado a investimentos no Estado. Segundo ela, a operação de crédito, que passou meses em análise, só foi possível porque o governo organizou as contas públicas.
“Eu falei com todos os deputados, de todos os lados, e disse que essa demora só faz mal a Pernambuco, porque nós estamos ficando para trás no Nordeste. Olha para Bahia, para Paraíba, Alagoas, Ceará, as estradas estão boas, as coisas estão acontecendo, e Pernambuco só é competitivo se tiver investimento acontecendo aqui", afirmou a governadora em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, nesta terça-feira (16).
Ela acrescentou que não promete obras sem garantia de recursos: “Se o dinheiro não tiver em caixa, se não tiver garantia de concluir a obra, eu não faço. Então, quando trava uma operação de crédito, eu agora vou correr atrás do prejuízo”.
Para Raquel, o atraso de mais de cem dias em uma votação que costumava ser resolvida em até 48 horas no Legislativo foi motivado por disputas políticas.
Questionada se o impasse poderia estar relacionado às eleições de 2026, ela respondeu: “Só posso supor que sim. Ou, se não for, qual é a lógica? Não quero saber de eleição, quero saber de governo. Quem pensa em eleição todo dia é quem está fora do governo”.
"Eu tive na Assembleia Legislativa, fui deputada por seis anos, era da base e Priscila [Krause, vice-governadora] era oposição, e eu nunca vi Priscila questionar um empréstimo. Quer acompanhar o resultado do empréstimo fiscalizando as obras? Tudo bem. Mas não dá pra querer atrapalhar o crescimento do nosso estado buscando uma política menor", completou.
Apesar das críticas, a governadora lembrou que, quando o projeto finalmente chegou ao plenário, recebeu apoio da ampla maioria dos parlamentares — mais de 40 votos a favor e apenas um contra.
"A maior parte dos nossos projetos, a imensa maioria, é aprovada. A grande parte dos deputados está a favor. Os mesmos que talvez tenham embaraçado em algum momento, votaram a favor. É impossível negar isso ao povo de Pernambuco”, disse.
Para ela, a postura de quem aposta no “quanto pior, melhor” apenas atrasa o desenvolvimento do Estado.
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