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Deputada renuncia à liderança da Minoria na Câmara para transferir função a Eduardo Bolsonaro

Na ocasião, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), mencionou um ato da Mesa Diretora na gestão de Eduardo Cunha para justificar o gesto

Por JC Publicado em 16/09/2025 às 20:32

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*Com agências

A deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) comunicou nesta terça-feira, (16) a renuncia da liderança da Minoria na Câmara para transferir a função para o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). As declarações ocorreram em pronunciamento a jornalistas na Câmara dos Deputados.

"Gostaria de comunicar a todos a minha renúncia à liderança da Minoria da Câmara dos Deputados, para transferir essa responsabilidade ao deputado Eduardo Bolsonaro", afirmou a parlamentar. "Tomamos essa decisão convictos de que o Brasil precisa de União e de coragem, especialmente diante das perseguições políticas que tanto o Eduardo como seu pai, Jair Messias Bolsonaro, estão sofrendo", continuou.

Na ocasião, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), mencionou um ato da Mesa Diretora na gestão de Eduardo Cunha para justificar o gesto a Eduardo Bolsonaro.

De acordo com o parlamentar, Caroline de Toni será vice-líder da Minoria, para representar Eduardo nos momentos de ausência em plenário.

EDUARDO BOLSONARO

A manobra tem o objetivo de evitar que Eduardo Bolsonaro, que chegou a se licenciar do mandato entre março e julho deste ano, para morar nos Estados Unidos, onde vive desde então, seja cassado por faltas em sessões deliberativas. Ele não registra presença em votações da Casa há mais de dois meses e poderia perder o mandato de forma automática a partir do ano que vem.

Eduardo Bolsonaro é o principal responsável pela articulação de sanções do governo de Donald Trump contra o Brasil, em vigor desde agosto. A iniciativa busca reverter o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e outros três delitos.

GOVERNISTAS REAGEM

Do lado governista, a reação contra a manobra em favor de Eduardo Bolsonaro já está sendo preparada. De acordo com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), a "medida é um absurdo" e deve ensejar ações no Plenário da Câmara, na própria Mesa Diretora e até no Judiciário.

Na semana passada, o líder da bancada petista já havia feito uma representação criminal no STF em que pede a prisão preventiva do deputado Eduardo Bolsonaro, além do bloqueio imediato de salários e verbas parlamentares pagos irregularmente ao parlamentar que se encontra há meses ausente do país. O fundamento é justamente o lobby de Eduardo em favor das sanções norte-americanas sobre exportações brasileiras para fazer pressão contra o julgamento do pai.

 

 
 

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