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Julgamento de Bolsonaro: secretário de Trump diz que EUA responderão adequadamente a "caça às bruxas"

Mais cedo, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que estava surpreso com o resultado do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal

Por Estadão Conteúdo Publicado em 11/09/2025 às 20:42 | Atualizado em 11/09/2025 às 21:20

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O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que os Estados Unidos responderão adequadamente a "essa caça às bruxas", fazendo referência à condenação de Jari Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"As perseguições políticas do violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, já que ele e outros membros do Supremo decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro", escreveu Rubio na rede X.

Mais cedo, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que estava surpreso com o resultado do julgamento.

O Palácio Itamaraty se manifestou nesta quinta-feira sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e rebateu uma ameaça feita, mais cedo, pelo secretário de Estado do governo dos Estados Unidos, Marco Rubio (foto, à direita). O norte-americano chamou o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) de caças as bruxas e sinalizou novas sanções contra o Brasil.

"O Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo", respondeu o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em nota postada nas redes sociais.

"Continuaremos a defender a soberania do País de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem. Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia", prosseguiu o ministério liderado pelo embaixador Mauro Vieira

CONDENAÇÃO DE BOLSONARO

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, nesta quinta-feira (11), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes relacionados à trama golpista.

Por 4 votos a 1, os ministros consideraram Bolsonaro culpado em todos os cinco crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR): organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.

  • Quem são os condenados pelo STF
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República - pena de 27 anos e 3 meses;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier, ex-comandante da Marinha - pena de 24 anos;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal - pena de 24 anos;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
    Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
    Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022 - pena de 26 anos;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência - pena de 2 anos.O deputado federal Alexandre Ramagem foi condenado apenas por três dos cinco crimes — organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado — após parte das acusações ter sido suspensa.

STF garante liberdade a Mauro Cid por delação premiada

A Primeira Turma também decidiu conceder liberdade a Mauro Cid, delator da trama. Condenado a 2 anos de prisão, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro poderá cumprir a pena em regime aberto.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, destacou que a colaboração do ex-auxiliar foi efetiva e deve ser valorizada. A proposta foi acompanhada pelos demais ministros.

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