Política | Notícia

Bolsonaristas paralisam Congresso para pressionar por anistia a Jair Bolsonaro

Oposição cobra votação de anistia para Bolsonaro; Hugo Motta encerra sessão na Câmara, e Davi Alcolumbre critica desrespeito à democracia

Por Túlio Feitosa Publicado em 05/08/2025 às 19:33 | Atualizado em 05/08/2025 às 22:49

Clique aqui e escute a matéria

Em reação à decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), parlamentares da oposição intensificaram sua ofensiva contra o Judiciário e o governo, ocupando as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado nesta terça-feira (5). A ação, na prática, paralisou os trabalhos do Congresso Nacional, ao impedir a abertura das sessões plenárias.

Os oposicionistas condicionam a desocupação à pauta de um "pacote da paz", que inclui três propostas principais: a votação de uma anistia "ampla, geral e irrestrita" para Bolsonaro e os envolvidos no 8 de Janeiro, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado.

Reação da cúpula do Congresso

Os presidentes das duas Casas reagiram duramente. O presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), classificou a ocupação como um "exercício arbitrário das próprias razões, algo inusitado e alheio aos princípios democráticos".

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), cancelou a sessão e convocou uma reunião de líderes para esta quarta-feira, afirmando que a pauta será definida por "diálogo e respeito institucional" e que "decisão judicial deve ser cumprida".

Oposição e Governo trocam acusações

A oposição, por sua vez, promete manter a obstrução. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a bancada ficará "entrincheirada". O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o protesto já "surtiu efeito" por forçar o diálogo.

Do lado do governo, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), chamou o ato de "sequestro da Mesa do Parlamento". O líder do PSB e deputado por Pernambuco, Pedro Campos, destacou que a maioria dos líderes partidários já havia decidido que a anistia não seria pautada, sinalizando a falta de apoio à principal demanda dos manifestantes.

A paralisação já ameaça barrar a nomeação de diretores para cinco agências reguladoras, cujas sabatinas seriam realizadas em uma comissão presidida por um senador do PL.

(Com informações do Estadão Conteúdo).

Compartilhe

Tags