Alckmin: pauta de minerais críticos pode avançar; comitê fará atualização toda segunda-feira
A fala ocorreu após a divulgação de informações sobre possível movimento do encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília

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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, comentou nesta quinta (24) sobre o setor minerário e disse que a pauta "é muito longa e pode ser explorada e avançada". Ele foi questionado diretamente sobre possível negociação com os EUA sobre os chamados minerais críticos, mas evitou cravar qualquer cenário de negociação sobre este tema.
Sobre as negociações para reverter a tarifa de 50%, Alckmin informou que a partir da segunda-feira, todo dia, às 11 horas da manhã, o comitê de trabalho fará uma atualização recorrente sobre o avanço nas negociações.
"O setor minerário é um que nós recebemos em reuniões. Aliás, é um outro setor que exporta para os Estados Unidos apenas 3%, mas importa em máquinas e equipamentos em mais de 20%, o que mostra, de novo, enorme superávit na balança comercial do lado dos EUA", disse em coletiva de imprensa.
A fala ocorreu após a divulgação de informações sobre possível movimento do encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília, Gabriel Escobar, quanto a eventuais acordos com o Brasil para a aquisição, pelos EUA, dos chamados minerais estratégicos, como lítio e nióbio.
INTERESSE DOS EUA
Os Estados Unidos também querem acesso a minerais estratégicos para o setor tecnológico. Riquezas do solo brasileiro como o lítio e o nióbio estão na mira. O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, recebeu na quarta-feira (23) os representantes do Instituto Brasileiro de Mineração. Como o cargo de embaixador está vago, Escobar tem representado os interesses americanos no Brasil. Segundo o instituto, ele deixou claro que os Estados Unidos estão interessados em realizar acordos com o Brasil para a aquisição de minerais considerados estratégicos.
À TV Globo, o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Raul Jungmann, disse que explicou ao encarregado americano que a negociação precisa passar pelo Governo Federal.
"Eles reafirmaram esse interesse mostrando realmente que eles estão preocupados e que eles têm interesse e nós sabemos que eles realmente precisam de terras raras, está certo. Eu respondi a eles que como a constituição brasileira determina que o subsolo, leia-se os minerais, são da união, que essa é uma pauta do governo", afirmou.
O Ministério de Minas e Energia informa que a reserva brasileira tem cerca de 21 milhões de toneladas, mas produção nacional corresponde a apenas 1% do mercado mundial.