Governo vai vetar crédito de R$ 30 bi do Fundo Social para o agro, diz líder do PT
Lindbergh Farias diz que projeto aprovado na Câmara, que usa recursos do Fundo Social, foi retaliação a veto de Lula; texto agora segue para o Senado

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O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta quinta-feira (17) que o governo federal deve vetar o projeto aprovado na noite anterior que cria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para o agronegócio usando recursos do Fundo Social. Em tom duro, o parlamentar classificou a aprovação relâmpago como um "golpe".
"Aquilo é veto na certa", disse Lindbergh ao Estadão/Broadcast Político. "Foi golpe aquilo que fizeram. Querem tirar R$ 30 bi do Fundo Social, rapaz. Está maluco? É um negócio absurdo."
Para o líder petista, a manobra da Câmara, liderada pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), foi uma retaliação direta à decisão de Lula de vetar o projeto que aumentava o número de deputados federais.
O projeto de lei, que agora segue para análise do Senado, permite o uso do Fundo Social — cujos recursos são, por lei, destinados prioritariamente para saúde e educação — para financiar o pagamento de dívidas de produtores rurais afetados por eventos climáticos. A proposta, que era uma demanda do agronegócio gaúcho, foi ampliada de última hora para incluir beneficiários de todo o país, inclusive do Nordeste.
Quebra de acordo e críticas do governo
Durante a votação na Câmara, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), já havia criticado duramente a "bancada do agro", acusando-a de quebrar um acordo. Segundo ele, o relator Afonso Hamm (PP-RS) havia se comprometido a não avançar com o texto sem um entendimento com o Planalto.
"Se estivéssemos só tratando do Rio Grande do Sul, podemos sentar e conversar. Mas estendeu para todo o País. É um liberou geral para uma renegociação", criticou Guimarães, questionando a responsabilidade fiscal da medida.
O relator, por sua vez, rebateu as acusações, afirmando que buscou diálogo com os ministérios da Fazenda e Agricultura, mas que a Casa Civil "fugiu da discussão". Hamm também argumentou que o projeto não gera impacto fiscal em 2025 por não criar despesas primárias.
A proposta foi aprovada às vésperas do início do recesso parlamentar, que começa nesta sexta-feira (18), e deve se tornar um dos principais focos de tensão na volta dos trabalhos, em agosto.
(Com informações do Estadão Conteúdo).
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