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Quaest: maioria é a favor de elevar IR dos mais ricos, mas não aprova discurso de 'pobres contra ricos'

Pesquisa Genial Quaest mostrou que mais da metade dos brasileiros diz que segregação de pobres contra ricos aumenta a polarização no país

Por Rodrigo Fernandes Publicado em 16/07/2025 às 9:40

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Pesquisa Genial Quaest divulgada nesta quarta-feira (16) mostrou que 63% dos entrevistados se mostraram a favor de o governo aumentar a tarifa do Imposto de Renda para os mais ricos para poder reduzir os impostos dos mais pobres. 33% disseram ser contrários à medida.

Entre eleitores que se consideraram esquerdistas, lulistas e petistas, a aplicação da medida chegou a bater 89% de apoio. Já entre direitistas e bolsonaristas esse índice alcançou o máximo de 46%.

A maioria dos brasileiros (75%) apoia o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até 5 salários mínimos. Em relação à elevação da taxação dos contribuintes classificados como "super-ricos", 60% dos entrevistados se mostraram a favor.

A pesquisa Quaest foi encomendada pela Genial Investimentos e realizada entre os dias 10 a 14 de julho. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, em 120 municípios do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Cientista político analisa resultado da pesquisa Quaest; ouça

'Ricos x pobres' não agradou

Mais da metade dos brasileiros afirmou que o discurso governista de colocar os ricos contra pobres está errado. Essa fatia dos eleitores diz que esse posicionamento "cria mais briga e polarização no país".

Por outro lado, 38% disseram que o governo está certo, pois a discussão "chama a atenção para os privilégios de alguns".

Essa divisão foi proporcionalmente polarizada entre direitistas, grupo que disse que o discurso é errado, e esquerdistas, que defenderam a discussão.

A maioria dos entrevistados, 59%, afirmou que não se sente representada pelas novas agendas do governo.

"Por que o tema não teria ganhado tração ainda? O motivo não parece ser o conteúdo em si, mas a forma como foi apresentado. Se a justiça tributária vier acompanhada de uma roupagem ‘ricos contra pobres’ o tema tende a perder força, já que 53% afirmam que essa estratégia cria mais briga e polarização", analisou Felipe Nunes, diretor da Quaest.

"É a escolha tática que o governo vai ter que fazer assim que retomar o assunto. Se mantiver o clima de confronto social, tende a mobilizar sua base lulista ou de esquerda, mas tende a perder o eleitor moderado de centro", completou.

Avaliação de Lula teve melhora

A pesquisa também mostrou que a desaprovação de Lula apresentou queda de quatro pontos percentuais, passando de 57% registrado em maio para 53% neste mês de julho. Já a aprovação do presidente neste mês subiu três pontos e alcançou 43%. Não souberam e não responderam somaram 4%.

O levantamento foi a campo entre os dias 10 e 14 de julho, ou seja, após o início da crise com o governo dos Estados Unidos causado pela tarifação de 50% nos produtos brasileiros anunciada pelo presidente Donald Trump.

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