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FAB vai afastar 137 pilotos e paralisar aeronaves, como diz postagem

Medidas fazem parte de plano para enfrentar corte no orçamento da Aeronáutica; FAB vai adotar "meio expediente em organizações militares"

Por Thiago Seabra Publicado em 14/07/2025 às 18:13

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Posts dizendo que a Força Aérea Brasileira (FAB) deverá paralisar a operação de 40 aeronaves e afastar 137 pilotos porque o governo brasileiro cortou a verba da instituição são verdadeiros.

Ao Comprova, o órgão citou o decreto n° 12.447, de 30 de maio deste ano, que determina o corte de R$ 2,6 bilhões do atual orçamento do Ministério da Defesa, responsável pela FAB, Marinha e Exército.

“Desse total, coube ao Comando da Aeronáutica (COMAER) a contenção de R$ 812,2 milhões, dos quais R$ 483,4 milhões em despesas discricionárias e R$ 328,8 milhões em projetos estratégicos”, disse a FAB.

Sobre conteúdos tratando desse corte, houve desinformação em alguns que espalharam que os pilotos seriam demitidos – e não afastados.

“Militares de carreira, incluindo oficiais, possuem vitaliciedade assegurada, ou seja, a permanência no cargo até a aposentadoria compulsória, ao atingir a idade limite”, afirmou o órgão.

A instituição afirmou que “foram estabelecidos critérios, métodos e premissas para a definição das ações orçamentárias cujas atividades e projetos seriam afetados”.

O texto aponta ainda que, por conta do alto valor que deveria ser cortado e do prazo até dezembro, “houve impactos severos em praticamente todas as atividades, desde as operacionais, até as logísticas e administrativas”.

Além da paralisação das aeronaves e do afastamento da equipe, a FAB vai adotar “meio expediente em organizações militares, trabalho em home office e reuniões por meio de videoconferências”, como mostrou matéria do Estadão.

Quem criou o conteúdo investigado pelo Comprova?

A postagem foi criada por uma página cuja descrição afirma: “Perfil de notícias. Se elas não te agradam, não mate o mensageiro, lute para mudar os fatos!”.

O perfil é assinante da rede social X desde outubro de 2023 e, por isso, possui o selo de verificado. De acordo com o perfil, sua localização fica em Brasília.

Na foto de capa, aparecem as frases: “Nunca dorme, sete dias por semana” e “Conheça os bastidores de Brasília!”.

A conta tem 379,3 mil seguidores. A publicação alcançou 17 mil curtidas, 2 mil republicações e 958 comentários até publicação desta verificação.

O perfil segue diversas figuras associadas à direita brasileira e internacional, como Jair Bolsonaro (PL), Nikolas Ferreira (PL), Ricardo Salles (Novo) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A página também acompanha perfis menores que cobrem o presidente norte-americano e que estão alinhados com seus ideais.

Além disso, o perfil segue canais e instituições ligados à segurança e à defesa, como a Polícia Militar do Estado de São Paulo.

A conta, que já teve conteúdos verificados pelo Comprova (1 e 2), costuma publicar conteúdos relacionados à política nacional e internacional, além de temas ligados a atentados em escolas brasileiras.

As postagens geralmente não citam fontes, sendo compostas apenas por manchetes, imagens e, às vezes, vídeos.

Por que o Comprova investigou essa publicação

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas, eleições e golpes virtuais e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento.

Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema

O Comprova concluiu que alimentos doados pelo MST e transportados pela FAB foram destinados a palestinos, não ao Hamas.

Também comprovou que Luciano Hang não tem mais aeronaves atuando no Rio Grande do Sul que a Força Aérea Brasileira.

O Aos Fatos revelou que militar preso por transportar cocaína em avião da FAB não é filiado ao PT.

  • Notas da comunidade: A publicação não recebeu notas da comunidade até o momento em que esta verificação foi publicada.

A checagem foi publicada em 14 de julho de 2025 pelo Comprova — coalizão formada por 42 veículos de comunicação que verifica conteúdos virais.

A investigação foi conduzida pelo Jornal do Commercio e Folha de S. Paulo, e o conteúdo também passou por verificação de Correio Braziliense, Estadão e Grupo SINOS.

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