Como direita e esquerda reagiram às tarifas de Trump? Confira declarações
Enquanto políticos de direita endossam a decisão do presidente americano, culpando o STF e Lula, governistas acusam incoerência dos bolsonaristas

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O novo capítulo da guerra tarifária movida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifa de 50% aos produtos brasileiros alegando ser uma resposta à "perseguição" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), tem provocado reação nas redes sociais.
FORÇA DA DIREITA
Enquanto políticos de direita endossam a decisão do presidente americano, culpando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os governistas acusam incoerência dos bolsonaristas "patriotas" em defenderem sanções econômicas contra o Brasil.
Como mostrou o Estadão, apesar de a notícia do tarifaço ter sido recebida com festa na direita, nos bastidores o clima é de preocupação. Segundo parlamentares, a batalha da comunicação entre petistas e bolsonaristas nas redes sociais nas próximas 24h será decisiva para dizer que lado vai faturar politicamente com o ocorrido.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), escreveu em seu perfil no X (antigo Twitter) que "não pode existir ‘polarização’ quando o nosso País é atacado. Somos um só povo, uma grande nação", afirmando que conspirar contra o próprio País em território estrangeiro é crime.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já havia tomado partido a favor de Trump e de Bolsonaro na segunda-feira, 7, após o americano defender o ex-presidente em nota, voltou a fazer declarações, agora sobre o tarifaço.
Culpando Lula, Tarcísio afirmou que o presidente "colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado". "Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema", completou.
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) responsabilizou diretamente a ida do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aos Estados Unidos, que se mudou em fevereiro para o país em busca de sanções contra autoridades brasileiras para livrar o pai da prisão, pela crise tarifária.
"Bolsonaro mandou o filho aos EUA pra chorar no colo do Trump. O resultado? Tarifa de 50% contra o Brasil. Vejam aonde foi parar o plano dos patriotas: sacrificar a economia nacional em nome da impunidade. A incoerência é gritante: dizem amar o País, mas não hesitam em prejudicá-lo para alimentar a narrativa de perseguição", escreveu a deputada.
Um dos deputados mais ativos nas redes sociais, Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou uma série de tuítes curtos, responsabilizando Lula pela tarifa imposta por Trump. "Chega de ditadura", "A culpa é do Lula", "Lula ferrou o Brasil" e "Impeachment" foram publicadas na noite desta quarta-feira, 9, após a carta enviada pelo presidente americano ao chefe do Executivo brasileiro.
Em outra publicação, o deputado afirmou que a solução para a crise é simples: "Basta Lula ter diplomacia, parar de perseguir e o STF ficar no seu lugar, que a taxa não incidirá mais no Brasil".
PRESENÇA DA ESQUERDA
Outra presença robusta nas redes sociais, mas do campo da esquerda, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) usou a mesma estratégia, com o alvo oposto: responsabilizou o ex-presidente pela sanção econômica americana, e destacou o papel de Lula na defesa da soberania nacional.
"Tarifas impostas pelos EUA porque Bolsonaro não aceita que o Brasil não o reelegeu, não aceita que sua tentativa de golpe falhou e não aceita ser responsabilizado pelos seus crimes. E tudo com apoio de Eduardo Bolsonaro e do governador Tarcísio de Freitas. São traidores da pátria", diz trecho da publicação.
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que se mudou para o país americano em fevereiro em busca de sanções contra autoridades brasileiras para ajudar o pai, chamou a sobretaxação imposta pelos EUA de "tarifa-Moraes". Em oposição, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) tem se referido à taxação como "taxa Bolsonaro".
"Quando a direita fala em patriotismo, desconfie. A #TaxaBolsonaro escancara a verdade: eles se curvam aos interesses dos Estados Unidos e abandonam o povo brasileiro. Patriotismo de verdade é defender a soberania nacional - e não entregar o país", escreveu.