Segurança | Notícia

Na rixa com Raquel Lyra, presidente da Alepe mira segurança e recebe troco da líder do governo

No plenário, Álvaro Porto (PSDB) afirmou que "segurança não se faz com narrativas". Socorro Pimentel (União) lembrou queda dos homicídios em 22,5%

Por Pedro Beija Publicado em 13/05/2025 às 20:39 | Atualizado em 14/05/2025 às 0:34

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto (PSDB), fez duras críticas às políticas de segurança do Governo do Estado, em discurso nesta terça-feira (13). Na sua briga particular com a governadora, disse que faltam clareza, planejamento e resultados. Líder do governo, Socorro Pimentel (União) listou estatísticas da gestão para rebater.

Porto apontou que a gestão da governadora Raquel Lyra (PSD) "produz uma ficção" a partir das estatísticas da violência em Pernambuco. O presidente da Alepe destacou que a realidade das ruas contradiz o cenário divulgado pela gestão estadual.

"É importante reforçar, antes de tudo, que segurança não se faz com narrativas e números maquiados. A premissa básica para se construir uma segurança efetiva passa por planejamento, policiamento, inteligência e, principalmente estrutura de trabalho e valorização dos policiais estão no batente tentando fazer o seu trabalho. E isso não está sendo feito", criticou.

Socorro respondeu lembrando a Porto que, em gestões anteriores, "nós estávamos juntos e fazíamos inúmeras visitas aos batalhões, e a gente via todas as viaturas sucateadas num pátio, a gente viu e pôde presenciar policiais empurrando viaturas por não ter combustível. Que bom que a gente pôde compartilhar o quanto Pernambuco não vinha tendo compromisso com a segurança pública". Ela citou os anos de 2017 e 2018.

Porto disse que houve 26 assassinatos no último fim de semana e que "35 mulheres foram assassinadas em virtude do gênero em Pernambuco. Enquanto isso, contamos com apenas 30 centros de referência de atendimento e 15 delegacias de mulheres. Dessas delegacias, somente cinco funcionam 24 horas, o que é um número irrisório para um estado que soma 185 municípios. Ou seja, o estado é o promotor deste contexto desesperador que está matando as mulheres".

A deputada, por outro, lado registrou que em abril de 2025 Pernambuco "fechou com uma redução de 22,5% nos crimes violentos intencionais. Mais de 9 mil coletos foram entregues, 100% da frota de veículos foi atualizada... temos também uma previsão para que, até o final de 2026, mais de 7 mil profissionais de segurança estejam sendo colocados para atuar na segurança do nosso estado. A gente lamenta cada morte violenta que acontece em cada recanto do nosso estado, mas a gente não pode aqui viver em uma bolha e essa bolha alguns deputados aqui se colocam".

Álvaro trouxe dados de uma pesquisa feita pela Associação dos Delegados e Delegadas de Pernambuco (Adeppe), que aponta que 41% destes profissionais afirmaram estar esgotados emocionalmente por conta da sobrecarga de trabalho e do forte estresse inerente à profissão, e lembrou a situação do Hospital da Polícia Militar, alvo de determinação para recuperação urgente por parte do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE).

O discurso de Álvaro Porto foi aparteado pelos deputadosDani Portela (PSOL), Antonio Coelho (União), Júnior Matuto (PSB), Kaio Albino (PSB), Édson Vieira (União), Alberto Feitosa (PL), Rodrigo Farias (PSB), Sileno Guedes (PSB), Waldemar Borges (PSB) e Mário Ricardo (Republicanos). 

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