Tentativa de golpe: pesquisa Genial/Quaest mostra que maioria dos brasileiros é contra anistia nas invasões de 8/1 e acredita no envolvimento de Bolsonaro
Como esperado, eleitores de Lula são mais críticos à anistia, enquanto os de Bolsonaro são contra a sua possível prisão, principalmente após virar réu

A maioria dos brasileiros é contra a anistia aos envolvidos nas invasões de 8 de janeiro de 2022 - quando o País sofreu uma tentativa de golpe de estado - e acredita que o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, teve envolvimento nas articulações.
Pelo menos é o que constatou a recente Pesquisa Genial/Quaest, divulgada neste domingo pelo diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria, Felipe Nunes, no X (antigo Twitter).
Os brasileiros, entretanto, se dividem quanto à possibilidade do ex-presidente ser preso, possibilidade que ficou próxima depois que Bolsonaro virou réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A pesquisa apontou que 56% dos brasileiros defendem que os envolvidos no 8/1 continuem presos, enquanto 34% defendem que eles sejam soltos. Entre as razões, ou porque nem deveriam ter sido presos ou porque já estão presos por tempo demais.
A rejeição à anistia, como esperado, é predominante entre os eleitores do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva: 77% são contra a anistia. Já entre o eleitorado que votou em Bolsonaro, a soltura é defendida por 61%, embora que 1/3 se colocou contra. “O desafio de Bolsonaro e seus aliados é o de persuadir esses 32% de sua base”, alerta Felipe Nunes.
ENVOLVIMENTO DE BOLSONARO NA TENTATIVA DE GOLPE




A Pesquisa Genial/Quaest também revelou que a maior parte dos brasileiros - o equivalente a 49% dos entrevistados - continua acreditando que Bolsonaro participou do planejamento para tentar um golpe de estado em 2022; enquanto 35% defendem que ele não participou. Os percentuais, inclusive, são os mesmos de dez/24.
Felipe Nunes destaca, também nas redes, que essas avaliações ajudam a entender a próxima etapa da pesquisa. “Primeiro, o julgamento da denúncia contra Bolsonaro no STF que o fez réu foi muito comentado e ficou bem conhecido entre os brasileiros. Antes da pesquisa, 73% já sabiam dessa notícia. Segundo, a avaliação da maioria (52%) é que o STF foi justo ao tornar Bolsonaro réu”, afirma.
Mas houve discordância sobre a decisão do STF, com 36% das pessoas entrevistadas afirmando que o STF foi injusto, enquanto 12% não souberam responder.
CONFIRA a íntegra da pesquisa AQUI
Também como esperado, houve posições diferentes entre os dois eleitorados. Quem votou em Lula defende a decisão do STF contra Bolsonaro (80%) e quem votou em Bolsonaro acha que a decisão foi injusta (74%). O que desempata é a opinião de quem se absteve ou votou branco/nulo em 2022.
DIVISÃO POLÍTICA DO PAÍS EVIDENTE MAIS UMA VEZ
A pesquisa mostra, também, que, se a população tivesse que apostar, metade (46%) diria que Bolsonaro vai ser preso e a outra metade (43%) diria que não. Felipe Nunes destaca que seria um empate técnico na margem de erro e que, de todos os ítens pesquisados, este foi o que mais polarizou a opinião pública.
Como conclusão, a pesquisa mostra o tamanho da divisão política que vive o Brasil. “Fica bem evidente essa divisão quando estudamos os dados por tipo de eleitor. O lulista aposta na prisão de Bolsonaro (56%), o bolsonarista não (55%). E entre quem alienou o voto há um empate número 42x42. Dá pra perceber como as duas ‘torcidas’ se dividem neste caso”, finaliza.
A Quaest ouviu 2.004 pessoas entre 27 e 31/03. O nível de confiabilidade do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos.