Um estudo realizado pela Neoway revelou dados sobre o perfil do eleitor no Recife com número de pessoas aptas a votar, perfis dos eleitores, partidos prediletos em cada região e quanto cada área representa economicamente para a capital. Neoway é uma empresa da América Latina de Big Data Analytics e Inteligência Artificial para negócios, e trabalha com soluções inteligentes desde 2002.

Segundo o head de governança de dados da Neoway, Michel Ávila, a pesquisa foi feita a partir do monitoramento e organização dos dados, e foram considerados todos os dados públicos relevantes das últimas eleições para cada cargo em disputa. "E cruza informações de diversas fontes para que, por meio delas, seja promovida uma inteligência mercadológica orientada por dados reais e atualizados o que, por consequência, tornam as estratégias mais assertivas".

De acordo com o levantamento, a faixa etária predominante do eleitorado recifense é entre 35 e 39 anos (75%). Já quanto as zonas eleitorais, ela são majoritariamente compostas por pessoas que possuem ensino médio completo (90%). Foi constatado que o PSB é o partido que leva a maioria dos votos em todas as zonas eleitorais. Ainda com relação ao partido, foi constatado que os eleitores têm preferência por ele no governo estadual e no legislativo, ou seja, na Câmara Municipal. No entanto, para a presidência, o recifense prefere o PT, que teve maior presença entre as zonas.

O cientista político e professor da UFPE Arthur Leandro explicou que o Brasil e Pernambuco cresceram acima da média no segundo governo do ex-presidente Lula (PT), que fechou seu governo com 85% de aprovação. "Esse foi um período em que o Partido dos Trabalhadores aumentou seu grau de identificação partidária. Nessa época o PT tinha em torno de 47% de identificação partidária, uma marca muito alta para os padrões nacionais e isso foi um pico histórico para o PT e a história dos partidos no País. A tendência diminuiu e hoje está em 30% no País, o PT é ainda o partido com maior identificação partidária, também em Pernambuco", pontuou.

A pesquisa aponta que Recife possui 1.1 milhão de eleitores divididos em 11 zonas eleitorais, sendo todas elas com predominância da classe C. A população participa mais das eleições quanto mais alto for o cargo político, tendo em vista que nas últimas eleições para presidente, em 2018, aproximadamente 890 mil pessoas votaram. Em contrapartida, o número caiu nas últimas eleições municipais em 2016, para 718 mil para vereador. É importante ressaltar que as mulheres são maioria em todos os colégios eleitorais do município.

Segundo Arthur Leandro, os eleitores têm diminuído o comparecimento nas urnas. "Do ponto de vista da lógica do sistema eleitoral, seria mais intuitiva a hipótese ao contrário. Nas eleições locais, você teria um engajamento das lideranças locais pedindo voto para que as pessoas compareçam. Municípios pequenos têm uma dependência muito grande da política e as pessoas se engajam, essa lógica muda quando passamos para as capitais mas, ainda assim, a tendência é observada pelo engajamento das lideranças locais".

Michel Ávila ressaltou a importância de conhecer a fundo os cenários da cidade para definir melhor as estratégias. "Nas eleições, isso é primordial para, além de alcançar os resultados esperados, saber quais são as prioridades referentes às políticas públicas necessárias para cada bairro, por exemplo", disse.

Ávila comentou, ainda, que a pesquisa foi feita em algumas das principais capitais do Brasil, e o potencial do Recife é interessante. "Essa é uma região estratégica que vem se destacando como um dos principais polos econômicos e tecnológicos do país".