José Múcio Monteiro e Alessandro Candeas são homenageados pelo IAP
Ministro da Defesa e ex-embaixador do Brasil na Palestina receberam medalha de reconhecimento pela atuação no resgate dos brasileiros na Faixa de Gaza
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Uma noite de homenagens e reencontros. O ministro da Defesa José Múcio Monteiro e o diplomata Alessandro Candeas, ex-embaixador do Brasil na Palestina e atualmente cônsul-geral em Lisboa - ambos pernambucanos -, foram condecorados pelo Instituto dos Advogados de Pernambuco (IAP) com uma medalha de reconhecimento pelo trabalho realizado durante as operações de resgate dos brasileiros que estavam na zona de conflito entre Israel e Hamas, na Faixa de Gaza. A solenidade ocorreu nesta segunda-feira (24), no salão nobre da Faculdade de Direito do Recife, da UFPE.
"É uma honra e uma emoção enorme receber essa homenagem, ainda mais aqui na Faculdade de Direito do Recife. Por aqui passaram muitos amigos e que hoje realizam um trabalho brilhante", disse o ministro José Múcio Monteiro. "Sobre a missão de resgate dos brasileiros em Gaza, o sucesso sem dúvidas passou pela liderança de nossa Força Aérea Brasileira (FAB), a quem nós devemos a eficiência e êxito dessa operação. Afinal, nós fomos o primeiro país a socorrer os seus refugiados. Sem esquecer também a importância de nossos embaixadores. Em um mundo onde todas as nações estão se armando, a arma mais importante segue sendo a diplomacia", elogiou.
Embaixador do Brasil na Palestina quando eclodiu a guerra, o diplomata pernambucano Alessandro Candeas ressaltou a habilidade e a velocidade do governo brasileiro em retirar os nacionais que se encontravam na zona de conflito. "Graças a Deus nenhum brasileiro morreu na guerra de Gaza. O Brasil conseguiu fazer toda a proteção humanitária e conseguimos recolher os brasileiros a salvos. Nós demos toda a condição de abrigo, proteção, alimentação, água... Até esperar a fronteira abrir para deslocar os brasileiros para o Egito, de onde justamente os voos da FAB recolheram e trouxeram os brasileiros em segurança ao nosso País. Então, essa experiência de resgate humanitário nos dá muito orgulho, pois mostrou a eficiência do trabalho da diplomacia brasileira, do Ministério da Defesa e do Itamaraty", enalteceu o diplomata.
De acordo com a Aeronáutica, mais de 1.500 pessoas foram resgatadas (entre brasileiros e familiares diretos de nacionais), sendo utilizados sete aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), que percorreram mais de 230 mil km e acumularam 315 horas de voo na operação de resgate humanitário.
"A Força Aérea Brasileira teve a ideia na hora do planejamento do resgate, mas um trabalho tão importante como esse não se pode fazer sozinho. Nos juntamos ao Itamaraty, pois os nossos embaixadores nas regiões de Israel, Palestina e Egito tinham relações diretas na ponta da estrutura com esses países, e isso facilitou muito a nossa operação, mesmo já tendo experiência com outros resgates", explicou o Tenente-Brigadeiro do Ar Damasceno, comandante da Aeronáutica Brasileira.
A presidente do Instituto dos Advogados de Pernambuco (IAP) reverenciou o trabalho e o serviço prestado pelos pernambucanos homenageados José Múcio Monteiro e Alessandro Candeas. "Me sinto muito honrada de ter a oportunidade de, como representante do instituto, estar honrando dois dos nossos conterrâneos ilustres. Não poderíamos deixar de prestar essa homenagem tão importante e trazer esse reconhecimento a esses dois pernambucanos que tiveram um papel importantíssimo no resgate dos brasileiros que estavam na zona de guerra", parabenizou Érika Ferraz.
Lançamento de livro
Durante a solenidade, o diplomata pernambucano Alessandro Candeas lançou o livro "Peregrinação e Guerra - Anotações de um diplomata na Terra Santa", onde ele conta em detalhes a experiência vivida durante as operações de resgate humanitário, e o papel da diplomacia nesses momentos de conflitos.
"Esse livro está sendo lançado aqui no Recife, na Faculdade de Direito da UFPE, onde tive a honra de estudar, e aproveitar justamente esse momento para compartilhar essa experiência com todos os amigos de faculdade, do Ministério da Defesa, ex-professores e familiares. Essa faculdade completará 200 anos em 2027. Essa é uma instituição que orgulha o Brasil e que diversos estadistas passaram por aqui. Por isso é um momento especial, pois é uma casa do saber que tem tradição, história, e uma contribuição na política, na ciência, no direito internacional e, portanto, é uma grande honra poder estar aqui neste lugar e contribuir justamente com essa história compartilhada", frisou o diplomata Alessandro Candeas.