CPRH descarta relação entre dragagem em Suape e mortes de cavalos-marinhos ou tartarugas
Agência ambiental descarta relação entre dragagem e mortes de animais após fiscalizações e aponta que entidades de pesca não registraram ocorrências
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A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) descartou ligações entre a obra de dragagem no Porto de Suape e supostas mortes de cavalos-marinhos, peixes e tartarugas que circulam em vídeos nas redes sociais. Segundo o órgão, cinco vistorias técnicas realizadas em diferentes trechos dos rios Tatuoca e Massangana, além da área portuária, não encontraram animais mortos nem indícios de alteração da qualidade da água. Os relatórios serão enviados ao Ministério Público Federal (MPF).
Os vídeos com as denúncias foram registrados após o início da dragagem do canal interno, em 29 de agosto, prevista para remover mais de 4 milhões de metros cúbicos de sedimentos. A última fiscalização ocorreu na sexta-feira (31), com 12 profissionais e dragas paradas na maré baixa. De acordo com a CPRH, novamente não foram identificados problemas ambientais.
Apesar de os vídeos citarem pescadores como autores das denúncias, nenhuma das três entidades que representam a pesca local registrou queixas à CPRH ou à Diretoria de Sustentabilidade de Suape. O presidente da Colônia Z-8, Lailson Evangelista de Souza, afirmou desconhecer qualquer ocorrência de mortandade.
“Não tenho nenhum conhecimento sobre morte de peixes, de cavalos-marinhos ou de tartarugas. A gente pede aos pescadores para observar e nos repassar algum problema. Eles filmam e mandam para mim, mas isso não aconteceu”, ressaltou.
Licenciamento e monitoramento
O diretor de Sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti, destacou que os laudos da CPRH reforçam o histórico de atuação ambiental da estatal. Ele lembrou que a dragagem só ocorre após um amplo processo de licenciamento, acompanhado por fiscalizações regulares.
O monitoramento, segundo Cavalcanti, é reforçado por relatórios enviados pelas empresas responsáveis pela dragagem.
“Foi elaborado o Plano de Gestão da Qualidade Ambiental (PGQA), aprovado e acompanhado de forma contínua pela CPRH, que reúne 15 Programas Ambientais e 14 condicionantes voltadas ao controle, prevenção e mitigação de possíveis impactos da obra de dragagem”, destacou.
A obra é executada pelo consórcio Van Oord/Jan De Nul, com dragas de última geração equipadas com sistemas de baixa emissão de CO?, rastreamento via satélite e sensores em tempo real. As embarcações contam com fiscais a bordo e monitoramento de fauna realizado também pela tripulação. O investimento total é de R$ 217 milhões — R$ 117 milhões de recursos próprios do porto e R$ 100 milhões do Ministério de Portos e Aeroportos, via PAC 3.