João Carlos Paes Mendonça cobra planejamento para o desenvolvimento do Nordeste em 2026
Presidente do Grupo JCPM concedeu entrevista à Rádio Jornal nesta segunda-feira (27) e se mostrou crítico à burocracia existente no país
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Em entrevista à Rádio Jornal nesta segunda-feira (27), o presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça, expressou otimismo cauteloso com o cenário econômico atual, e manifestou preocupações com a perspectiva fiscal e a falta de planejamento de longo prazo no país, especialmente em ano pré-eleitoral.
O empresário reconheceu o momento positivo, afirmando que em 2025 o cenário é positivo para a economia e para o emprego, mas alertou para as incertezas futuras.
"Não sei se 2026 como vamos crescer, porque esse ano já está com problema fiscal muito forte, o governo gasta muito porque está toda hora apresentando projetos para angariar mais simpatia," afirmou.
Paes Mendonça estendeu a preocupação para o próximo ciclo eleitoral. "No próximo ano vai ser eleição, vai continuar do mesmo jeito ou vai piorar. Não sabemos o que está na cabeça dos comandantes da economia do Brasil".
O presidente do JCPM fez um apelo por uma mudança de foco na política, pedindo que líderes priorizem resultados sustentáveis em vez de ganhos imediatos. "Acho que temos que esperar que as pessoas pensem nas pessoas, e não nos votos, para que a gente realmente reduza essa disparidade, essa pobreza", declarou.
Ele criticou a ineficácia do combate à desigualdade ao longo das décadas. "Tantos anos que se fala em pobreza e fome, e não se resolve. Não tem um planejamento de como crescer essas pessoas, para que não fique pedindo toda hora projetos sociais. Será que isso é o bom, humano?"
"Humano é as pessoas não dependerem de ninguém, depender de si próprio, isso que é importante, e não estamos vendo isso mudando. Deixar de puxa-saquismo e interesses pessoais, e trabalhar em prol do desenvolvimento das pessoas".
Excesso de burocracia
Outro obstáculo apontado por ele foi a burocracia. "Uma das coisas péssimas dos governos é burocracia. É uma má vontade para aprovar projeto, é um negócio que passa anos e anos, é um atraso", lamentou o empresário.
O empresário comparou o desenvolvimento de diferentes regiões do país. Ele citou São Paulo como exemplo de investimento em infraestrutura, ressaltando: "São Paulo é uma maravilha, um país, você vibra com São Paulo, estradas em todo lugar, tem 8 ou 10 vias importantíssimas".
Em contraste, o Nordeste ainda sofre com a escassez de malha viária adequada. "Pernambuco não tem nada. A última estrada foi feita por Jarbas Vasconcelos, a BR-232... agora é que está saindo algumas estradas depois de tantos e tantos anos, mas a própria 232 não tinha nem manutenção", pontuou.
Paes Mendonça defendeu que a região priorize investimentos estruturais para o crescimento sustentável: “A gente precisa repensar o Nordeste. Aqui ficamos felizes da vida quando recebemos qualquer coisa do governo, mas não temos infraestrutura".
Para ele, a chave do desenvolvimento não está apenas em incentivos pontuais. "Precisamos no Nordeste de infraestrutura e não tanto incentivo para atrair as indústrias. Precisamos de mercado de consumo e também infraestrutura para que empresas tenham condição de se instalar e que as pessoas tenham poder de compra".
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