Pernambuco tem crescimento de 20,3% na diversidade étnica
O número de línguas indígenas declaradas por pessoas indígenas de 5 anos ou mais de idade aumentou 57,1%, passando para 55 idiomas no Estado
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Pernambuco registrou um aumento expressivo na diversidade da população indígena, de acordo com os resultados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE. O Estado identificou 148 etnias indígenas, um crescimento de 20,3% em relação ao Censo de 2010.
O crescimento na diversidade étnica veio acompanhado de um salto nas línguas faladas. O número de línguas indígenas declaradas por pessoas indígenas de 5 anos ou mais de idade aumentou 57,1%, passando de 35 para 55 idiomas em 12 anos.
Xukuru, Pankararú e Atikum
As três maiores etnias de Pernambuco – Xukuru, Pankararú e Atikum – somavam 56.793 pessoas em 2022, concentrando mais da metade (51,3%) de todos os indígenas do Estado.
A etnia mais populosa é a Xukuru, com 24.281 indígenas. O gráfico do Censo 2022 ilustra que as pessoas pertencentes a essas etnias residem tanto em terras indígenas quanto fora delas.
Jovens têm Mais Certeza Sobre a Origem
O levantamento também aponta uma relação inversa entre idade e a certeza sobre o pertencimento étnico. As 92.342 pessoas (87,7% dos indígenas) que declararam especificamente uma ou duas etnias em Pernambuco possuem uma idade mediana de 28 anos.
Em contraste, aqueles que optaram por não declarar sua etnia (segunda categoria mais numerosa, com 6.036 pessoas) tinham uma idade mediana de 39 anos. Já os que declararam não saber qual sua etnia (5.079 pessoas) tinham idade mediana de 38 anos.
Alfabetização entre falantes de línguas nativas
Apesar da grande maioria dos indígenas declarar seu pertencimento étnico, apenas 3,8% falam alguma língua indígena no Estado.
As etnias pernambucanas que mais concentram falantes de línguas nativas são os Fulni-ô (2.940 pessoas), Xukuru (378 pessoas) e os Pankararú (94 pessoas). O idioma mais falado é o Macro-Jê, com 3.015 falantes, sendo o Yathê uma de suas variantes mais comuns (2.946 falantes).
O Censo destacou a alta taxa de alfabetização entre os indígenas que falam línguas nativas e têm 15 anos ou mais. Os Fulni-ô registram 84,7% de alfabetizados, os Xukuru 83,59%, e os Pankararú atingem 96,15%. Etnias menores, como Xukuru-Kariri, Xavante e Wassú, registraram 100% de alfabetização entre seus membros falantes de línguas indígenas.
Marta Antunes, gerente de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, salientou que a divulgação "reside no retrato da diversidade da população indígena no país". "Havia muita curiosidade: quem são esses indígenas?" questionou a gerente, referindo-se ao aumento de quase 90% da população indígena entre 2010 e 2022 no Brasil