Sem assistência da Azul, passageiros de voo Porto-Recife enfrentam atraso de mais de 30 horas
Passageiros afirmam que não receberam hospedagem, alimentação ou suporte; Famílias relatam abandono e desorganização da Azul

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Passageiros do voo 8003 da Azul Linhas Aéreas, que sairia do aeroporto da cidade do Porto, em Portugal, com destino a Recife, denunciam uma série de problemas após o cancelamento da viagem, que deveria ter ocorrido na manhã da última quinta-feira (25). Segundo os relatos, o atraso ultrapassa 30 horas e a companhia aérea não ofereceu assistência adequada durante o período de espera.
Família brasileira vive momentos de tensão com bebê de sete meses
Entre os afetados está o brasileiro Pablo Passos, que viajava com a esposa e o filho de apenas sete meses. A família relata momentos de tensão e desgaste físico e emocional enquanto aguardava a reacomodação em outro voo. A decolagem estava prevista para às 10h45 da quinta, mas acabou sendo cancelada por “questões técnicas”, de acordo com a Azul.
Passageiros relatam falta de informações e estrutura no aeroporto
Apesar disso, passageiros afirmam que não receberam informações claras sobre o motivo do cancelamento, tampouco suporte básico para alimentação, hospedagem e transporte. “O voo começou a atrasar sem qualquer previsão. Passaram-se horas sem informação, sem respeito e sem suporte por parte da companhia aérea”, conta Pablo.
Segundo os relatos, a situação foi agravada pela falta de estrutura da Azul no aeroporto português. Não havia agentes de solo disponíveis ou balcões de atendimento. Apenas uma funcionária, identificada como Bianca, tentava atender centenas de passageiros sozinha.
Nova remarcação também não foi cumprida
O voo foi inicialmente remarcado para às 9h da manhã desta sexta-feira (26). A família se organizou, acordou de madrugada e seguiu para o aeroporto. No entanto, pouco antes do horário previsto para o embarque, recebeu um e-mail informando uma nova mudança: o voo havia sido remarcado novamente, desta vez para as 21h — mais uma vez, sem qualquer assistência adequada por parte da companhia.
Durante o primeiro dia de espera, a única ajuda fornecida pela companhia foi um lanche improvisado e um voucher de 16 euros, restrito a estabelecimentos de fast food.
Os passageiros afirmam que tiveram que arcar do próprio bolso com hospedagem, alimentação e transporte. “A Azul simplesmente disse que cada passageiro se virasse, e depois iria ‘negociar’ as despesas. É um absurdo!”, reclama Pablo.
Azul diz seguir regras da Anac, mas passageiros contestam
Em nota enviada ao Jornal do Commercio, a Azul afirmou que “os clientes impactados estão recebendo assistência prevista na Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”. A empresa lamentou os transtornos e reforçou que “medidas como essas são necessárias para garantir a segurança das operações, valor primordial para a companhia”.
Nova rota Recife–Porto
A Azul começou a operar voos diretos entre Recife e a cidade do Porto em junho deste ano. Apesar da nova rota representar uma facilidade para passageiros e incentivo ao turismo entre os países, os desafios operacionais ainda estão longe de serem superados.