Olinda apresenta mapa de risco e medidas para enfrentar período chuvoso
Documento reúne diagnósticos e projetos para reduzir riscos de deslizamentos e alagamentos em Olinda, com participação da comunidade

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De olho no período chuvoso de 2026, Olinda validou na quinta-feira (4) o Plano Municipal de Redução de Riscos e Desastres (PMRR 2025). O documento reúne diagnósticos e projetos de intervenção para áreas consideradas de maior vulnerabilidade, como encostas e regiões sujeitas a alagamentos.
A audiência pública aconteceu no auditório da Faculdade de Medicina de Olinda, com participação de representantes municipais, estaduais, federais e da sociedade civil. O estudo, coordenado pelo professor Fabrízio de Luiz Rosito Listo, do Departamento de Ciências Geográficas da UFPE, é o primeiro desde 2006 e contou também com a colaboração do Ministério das Cidades.
Entre os resultados, o plano identifica áreas de risco muito alto (R4) e prevê 20 projetos estruturantes, incluindo construção de muros de contenção. “Temos agora o mapa de como se comportam os riscos do município, como deslizamentos e alagamentos, em quatro níveis. A partir de agora a gente começa a se planejar para o período chuvoso de 2026”, afirmou o secretário executivo da Defesa Civil de Olinda, Carlos D’Albuquerque.
Participação da comunidade
O PMRR foi elaborado com participação popular em oficinas realizadas nos bairros mais afetados. Moradora de Caixa D’Água, Maria da Conceição Aquino destacou a importância desse processo. “Fui muito bem recebida por todos que elaboraram o plano, foi feito todo um trabalho, levantamento. Eles realizaram oficinas na nossa comunidade, deixaram tudo bem explicado. Fomos ouvidos e conseguimos colocar os nossos pontos dentro deste plano”, contou.
Ferramenta de prevenção
O plano, desenvolvido em 18 meses, mapeia áreas sujeitas a deslizamentos, inundações e outros processos geohidrológicos, levando em conta aspectos sociais, ambientais e físicos do território. Também propõe medidas estruturais e não estruturais para reduzir vulnerabilidades e evitar novos assentamentos em áreas de risco.
Segundo Fabrízio, o PMRR é “inovador e fora da caixinha” e busca soluções que priorizam a permanência das famílias em segurança, tratando a remoção de casas como último recurso.
D’Albuquerque acredita que a iniciativa representa uma mudança de cultura. “Existe uma cultura muito antiga de que a Defesa Civil só trabalha na chuva. Mais do que nunca está comprovado: a gente tem que trabalhar antes. Porque quando a chuva vier, sabemos onde trabalhar e de forma ordenada”, disse.
O PMRR está organizado em quatro relatórios: planejamento e resultados preliminares; mapeamento de riscos e oficinas comunitárias e técnicas; ações estruturais e não estruturais; além de um sumário executivo.