Recife lidera no Nordeste, Pernambuco fica estagnado e Goiana surpreende. Veja resultado do Ranking de Competitividade
Levantamento avalia 418 municípios e todos os estados com dados públicos para medir eficiência em áreas como saúde, educação, inovação e tantas outras

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O desempenho do setor público em todo o Brasil será conhecido nesta quarta-feira (27), no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília, durante o lançamento das edições 2025 do Ranking de Competitividade dos Estados e do Ranking de Competitividade dos Municípios. O evento reúne gestores de todo o País e conta com presença da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e da prefeita de Olinda, Mirella Almeida. Já o prefeito do Recife, João Campos, não compareceu.
Recife no topo, mas em queda
Os novos dados revelam avanços e retrocessos. Pernambuco manteve-se na 19ª colocação entre os estados, sem crescimento em relação ao ano passado, enquanto o Recife segue pelo quinto ano como a capital mais competitiva do Nordeste, embora tenha perdido oito posições no cenário nacional. Uma das surpresas do levantamento vem do interior pernambucano, com Goiana ficando em 2º lugar no País no pilar Acesso à Saúde, entre 418 municípios avaliados.
O que mede o ranking
Criado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), o ranking analisa a eficiência e a capacidade de entrega das gestões públicas brasileiras. O CLP é uma organização suprapartidária e não governamental, que atua em frentes como capacitação de lideranças e de servidores, além do desenvolvimento de ferramentas e plataformas para auxiliar gestores públicos no dia a dia.
“O Ranking de Competitividade dos Estados é a mais antiga dessas ferramentas. Estamos indo para a 14ª edição. Essa ferramenta existe desde 2011 e nela avaliamos a capacidade competitiva da gestão pública, que vai muito além da questão econômica. Quando trazemos essa ideia de competitividade para o setor público, pensamos em como ele se torna competitivo gerando bem-estar social para a população”, afirma.
Carla reforça, ainda, a transparência do levantamento. “Todos os dados são coletados de bases públicas. O CLP não gera dados primários nem realiza pesquisas próprias. Usamos fontes como IBGE, PNAD Contínua, Siconfi, Tesouro Nacional e CGU, entre outros”, detalha.
10 pilares dos estados
No caso dos estados, o ranking trabalha com 10 pilares: Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação. Em 2011, tínhamos 65 indicadores. Na 14ª edição, chegamos a 100. O indicador de número 100 é o de feminicídio, que passa a compor a análise anual dos estados. Esse tema já era uma decisão do CLP, por causa da gravidade da violência contra as mulheres. Nos últimos dois anos, ajustamos a metodologia para incluí-lo de forma adequada.
Municípios avaliados
Já o ranking dos municípios chega à sexta edição e analisa cidades com mais de 80 mil habitantes. Ao todo, 418 municípios de todo o País são avaliados este ano, com base em 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos, como Sustentabilidade Fiscal, Funcionamento da Máquina Pública, Acesso à Saúde, Qualidade da Saúde, Acesso à Educação, Qualidade da Educação, Segurança, Saneamento, Meio Ambiente, Inserção Econômica, Inovação e Dinamismo Econômico, Capital Humano e Telecomunicações.]
Em Pernambuco, 22 municípios integram o levantamento: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns, Petrolina, Serra Talhada, Santa Cruz do Capibaribe, Abreu e Lima, Camaragibe, Igarassu, São Lourenço da Mata, Goiana, Belo Jardim, Carpina, Arcoverde, Gravatá e Araripina. Nesta edição, Arcoverde, Belo Jardim e Carpina são estreantes no ranking. Nesta 14ª edição, 14 cidades pernambucanas perderam posições em relação ao ano anterior, enquanto outras avançaram ou mantiveram estabilidade.
Ferramenta para prefeitos e governadores
Para o presidente do CLP, Tadeu Barros, o objetivo é transformar dados em ação. “Uma cidade eficiente é aquela que consegue gerar efeitos positivos e transformar a realidade da sociedade a partir de políticas públicas baseadas em dados, com um uso racional de recursos. Esse trabalho se torna ainda mais importante em ano eleitoral. O Ranking é uma ferramenta primordial para nortear as gestões dos novos prefeitos nos quatro cantos do País”, destaca.