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Família descobre por vizinha que imóvel seria leiloado e Justiça suspende leilão após atuação da Defensoria Pública

Justiça ressaltou que há comprovação de ocupação legítima e que havia risco concreto de dano irreparável caso o leilão fosse realizado

Por Laís Nascimento Publicado em 25/07/2025 às 13:26

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Durante mais de 12 anos, uma família viveu em um imóvel na Avenida Conde da Boa Vista, área central do Recife. Após investimentos e reparos, souberam por uma vizinha que a única moradia que tinham estava sob risco de leilão por dívida condominial vinculada a um processo contra o espólio do antigo proprietário. A ação tramitou sem conhecimento dos moradores.

A família buscou a Defensoria Pública de Pernambuco (DPPE), que garantiu na Justiça a suspensão do leilão, previsto para acontecer no último dia 8.

De acordo com o defensor público Thiago Pinheiro Di Rico, a família assistida exerce posse mansa, pacífica e contínua sobre o imóvel há mais de uma década, além de ter realizado diversas benfeitorias no apartamento. O defensor explicou, ainda, que há uma ação de usucapião em curso.

A juíza Maria Rosa Vieira Santos acolheu o pedido liminar da DPPE e determinou a suspensão imediata do leilão, preservando a posse da família até o julgamento final do processo. Na decisão, a magistrada ressaltou que os documentos apresentados comprovam a ocupação legítima e que havia risco concreto de dano irreparável caso o leilão fosse realizado.

A família destaca o sentimento de “alívio” pela decisão judicial e celebra a garantia de moradia digna e segurança habitacional.

Segundo Thiago Pinheiro, “a boa-fé da embargante e a natureza qualificada da posse” se resguardam na legislação, “que protege a posse como elemento de dignidade humana e direito à moradia”.

“A autora não tem outro imóvel, não oferece risco de alienação do bem, não há má-fé ou intenção de obstrução da Justiça, mas apenas de proteção de sua moradia”, destacou o defensor.

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