Projeto reduz em 79% poluição de riacho que deságua no Rio Capibaribe
Além de melhorar a qualidade da água, projeto revitalizou o Parque do Caiara, com requalificação de áreas antes subutilizadas, como o deque de madeira

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Cerca de 79% da poluição do Riacho do Cavouco foi reduzida com o projeto Jardins Filtrantes no Parque de Caiara, Zona Oeste do Recife. A iniciativa da Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES) impacta mais de 350 mil pessoas por ano com a revitalização do espaço público e a melhoria da qualidade da água, beneficiando às populações ribeirinhas.
O sistema utiliza uma tecnologia natural que combina plantas e pedras para degradar, extrair, conter ou imobilizar poluentes presentes na água. A estrutura capta e trata a água contaminada por meio de filtragem ecológica e a devolve com melhor qualidade ao Rio Capibaribe.
O projeto foi desenvolvido no âmbito do CITinova, iniciativa vinculada ao Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A implementação é conduzida pela ARIES, em parceria com o Núcleo de Gestão do Porto Digital e com a Prefeitura da Cidade do Recife.
Além da melhoria da qualidade da água, o projeto revitalizou o Parque do Caiara, com requalificação de áreas antes subutilizadas, como o antigo deque de madeira.
Os Jardins Filtrantes foram implementados na foz do Riacho do Cavouco, que percorre cerca de 5,3 quilômetros, da nascente na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no bairro da Várzea, ao Parque do Caiara, na Iputinga, onde deságua no Rio Capibaribe.
A proposta atua de forma complementar ao sistema convencional de saneamento e conta com participação popular.
“Quando os moradores participam ativamente da concepção e execução das soluções, os resultados são mais duradouros e transformadores. Projetos urbanos só são sustentáveis quando fazem sentido para quem vive o território todos os dias”, destaca Mariana Pontes, diretora-presidente da ARIES.
Investimento
As obras dos jardins filtrantes tiveram início em 2022, e o sistema começou a operar, de fato, em fevereiro de 2023.
Os investimentos foram de 1,4 milhão de dólares, mais de R$ 7 milhões, financiados pelo Fundo Global para o Meio Ambiente e mantido com doações de países industrializados e apoiado pela Organização das Nações Unidas.