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Onde apareceu Nossa Senhora do Carmo? Conheça a história da padroeira do Recife

Recife celebra nesta quarta-feira (16) o feriado em homenagem a Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade; A data é marcada por fé e tradição

Por Isabella Moura Publicado em 15/07/2025 às 15:54 | Atualizado em 15/07/2025 às 21:16

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Nesta quarta-feira (16), o Recife celebra o feriado municipal em homenagem à sua padroeira, Nossa Senhora do Carmo. A data é marcada por missas, procissão e homenagens, mas muitos ainda desconhecem a origem da devoção e como ela chegou à capital pernambucana.

A origem do título: do Monte Carmelo à devoção mundial

Nossa Senhora do Carmo — também conhecida como Nossa Senhora do Monte Carmelo — tem sua origem ligada à Ordem dos Carmelitas, fundada por eremitas cristãos no século XII. Esses monges se estabeleceram no Monte Carmelo, região da atual Palestina, inspirados pelo exemplo do profeta Elias, que ali viveu segundo a tradição bíblica.

O nome "Carmelo", do hebraico, significa "vinha do Senhor" ou "jardim", e o local sempre foi associado à beleza e à espiritualidade. Os primeiros carmelitas construíram uma pequena capela dedicada à Virgem Maria, reconhecendo-a como sua protetora espiritual. Assim nasceu o título de “Nossa Senhora do Carmo”, e com o tempo, sua devoção se espalhou por diversas partes do mundo.

O escapulário e a consagração mariana

Um dos principais símbolos ligados a Nossa Senhora do Carmo é o escapulário, um sacramental que, segundo a tradição, foi entregue pela própria Virgem ao superior da Ordem, São Simão Stock, no dia 16 de julho de 1251. O objeto tornou-se um sinal de consagração a Maria e de proteção espiritual para os fiéis devotos.

Chegada ao Brasil e raízes no Recife

A devoção à Virgem do Carmo chegou ao Brasil logo nos primeiros anos da colonização. A primeira imagem da santachegou ao país em 1501, trazida por navegadores portugueses. Já no Recife, a história se consolida em 1654, logo após a expulsão dos holandeses.

Nesse período, a Ordem dos Carmelitas se estabeleceu na cidade, dando início à construção da Igreja e do Convento do Carmo, sob liderança do Capitão Diogo Cavalcanti Vasconcelos. As obras foram concluídas em 1767, transformando o local em um dos mais importantes centros religiosos de Pernambuco.

Título de padroeira e reconhecimento oficial

Com o passar dos anos, a devoção cresceu, e em 1909, o Papa Pio X atendeu ao pedido do povo recifense e declarou Nossa Senhora do Carmo como Padroeira Secundária do Recife. Pouco tempo depois, em 1917, o Papa Bento XV elevou a Igreja à dignidade de Basílica Menor.

Em 1919, um momento histórico marcou a fé dos recifenses: a Virgem do Carmo foi coroada canonicamente, tornando-se a segunda santa a receber essa honra no Brasil.

Patrimônio e legado religioso

Além de sua importância espiritual, o complexo da Basílica e do Convento do Carmo guarda grande valor histórico e arquitetônico. Em 1938, o conjunto foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Localizada no bairro de Santo Antônio, a Basílica do Carmo se tornou ponto central das celebrações religiosas no Recife, reunindo milhares de fiéis todos os anos, especialmente no dia 16 de julho, quando a cidade homenageia sua padroeira com fé, tradição e cultura.

 

 

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