Até o fim de setembro, um reforço no combate à disseminação do novo coronavírus deve chegar a unidades de saúde. Trata-se de um dispositivo de esterilização, que combina inteligência artificial e radiação ultravioleta para auxiliar no processo de higienização de ambientes passíveis de contaminação. O projeto está em fase final de testes e é desenvolvido através de uma parceria entre o Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e o Centro Regional de Energias Nucleares do Nordeste.
O dispositivo funciona da seguinte forma: primeiro, é necessário que uma pessoa, que pode ser um auxiliar de serviços gerais, transporte o equipamento até o local desejado. O aparelho é capaz de verificar as dimensões do ambiente e calcular a quantidade de doses de radiação UV necessárias para a esterilização viral do espaço. Através de um aplicativo, o operador pode acionar o dispositivo à distância, sem correr risco de exposição. Para um ambiente de 25 metros quadrados, o tempo médio de ação é de 15 a 20 minutos. Em seguida, o ambiente é liberado para que a higiene seja feita pelo profissional, seguindo os protocolos para a desinfecção das superfícies. Por fim, uma nova rodada de radiação é acionada pelo operador, novamente de maneira remota.
A equipe do projeto é formada por pesquisadores nas áreas de ciência da computação, física, química, engenharia eletrônica, engenharia mecânica e saúde. Coordenador do estudo, o professor e pesquisador do CIn Leandro Almeida destaca que o processo tem potencial de esterilizar o ar, matando o vírus. Ele explica como os testes têm sido realizados. "Vários microorganismos são jogados no ar e nas superfícies. Isso é realizado de forma segura, seguinto protocolos. Após o acionamento do dispositivo, são realizadas coletas de amostras para verificar se há microorganismos nesses locais", detalha. A próxima fase é de testes no ambiente hospitalar, que deverão acontecer no Hospital das Clínicas.
Mas o objetivo, explica Leandro Almeida, é que o uso não se limite às unidades de saúde. "Até o fim do mês que vem, devemos concluir os testes e disponibilizar o dispositivo para o Hospital das Clínicas. Futuramente, o intuito é fabricá-lo e torná-lo acessível para a sociedade, seja nas empresas, nos aeroportos ou nas escolas, por exemplo. É importante lembrar que esse é um complemento aos protocolos de higiene que já existem. É mais um instrumento para aumentar os níveis de limpeza", pontua o professor.
BALANÇO
Com 225 novos casos e 22 óbitos, Pernambuco alcançou ontem a marca de 113.18 pessoas infectadas e 7.210 mortes pela doença. Dos novos casos, 18 (8%) são de pessoas que desenvolveram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os outros 207 (92%) são leves, ou seja, de pacientes que não demandaram internamento hospitalar.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), os novos óbitos registrados ocorreram entre os dias 10 de julho e 16 de agosto. Das 22 mortes, sete (32%) ocorreram nos últimos quatro dias, sendo quatro óbitos no domingo, um no sábado e dois na última sexta-feira. As vítimas eram, na maioria (13) homens e tinham idades entre 38 e 95 anos. Dos 22 pacientes que vieram a óbito, 18 apresentavam comorbidades.
O boletim divulgado ontem pela SES ainda informa a recuperação de 93.389 pacientes. Desses, 13.973 eram pacientes graves, que necessitaram de internamento hospitalar, e 79.416 eram casos leves.