Editorial JC: Arco é realidade
Obra estratégica para o desenvolvimento do estado e do Nordeste, início do Arco Metropolitano é conquista coletiva depois de muitos anos de atraso
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Apresentada, debatida e reformulada há pelo menos uma década, a proposta de uma via expressa contornando o tráfego da Região Metropolitana do Recife foi emperrada pela polêmica. E ao invés de se trabalhar um trecho viável, que não resolve o problema, mas pode dar a dimensão de sua importância para impulsionar o desenvolvimento de Pernambuco, governos anteriores preferiram engavetar o projeto.
Cumpre o reconhecimento, por isso, à coragem da governadora Raquel Lyra, cuja sensibilidade fez mover o que paralisado estava: uma solução conhecida e estudada para destravar a passagem rodoviária pelo estado, poupando tempo, dinheiro e paciência dos que precisam fazer o trajeto atual, enfrentando o perímetro urbano para atravessar a rota existente.
A autorização do governo estadual para as obras do Arco Viário Metropolitano, na última sexta-feira, pode ser um símbolo de retomada crucial para os pernambucanos. O trecho de 25 quilômetros irá ligar a BR-101, no Cabo de Santo Agostinho, até a BR-232 na altura de Moreno.
Ao custo de R$ 632 milhões, o resultado esperado é a diminuição substancial do fluxo de veículos pesados no perímetro urbano da BR-101, em especial de caminhões em direção a Suape. Com isso, ganham todos que trafegam pelo trecho que será poupado, e também os que irão contar com um desvio expresso para cumprir seu trajeto.
A governadora e a vice, Priscila Krause, comandaram o evento de assinatura da obra, acompanhadas de políticos e empresários, além de parte da equipe de governo. Debatida desde sempre como demanda estrutural, o Arco Metropolitano foi chancelado por Raquel Lyra como um ponto de virada não apenas para o transporte e a mobilidade, mas para o estilo de vida para a população pernambucana, como “uma nova história para a Região Metropolitana do Recife.
É a nova BR-101. Ela vai garantir que as pessoas tenham o direito de ficar mais em casa com suas famílias, vai encurtar as distâncias, permitir que as pessoas possam se deslocar com mais rapidez na chegada no trabalho”, afirmou.
Com prazo de dois anos para conclusão, já com desapropriações e licenças em ordem, as obras começam nos dois sentidos, imediatamente, segundo André Fonseca, diretor-presidente do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). Os outros dois trechos do Arco precisam ser licitados, e pelo menos um deles terá que superar a polêmica ambiental para completar o objetivo da obra.
A atração de empreendimentos fora da Região Metropolitana do Recife é uma das repercussões aguardadas, no que a nova via pode se destacar como a maior indutora do desenvolvimento estadual desde a duplicação da BR-232, no governo Jarbas Vasconcelos.
O restante do trecho sul implica em mais 20 quilômetros de obras. O trecho norte inteiro está à espera da decisão política que contemple o equilíbrio entre a viabilização da obra e a proteção ambiental que vem sendo o motivo da protelação do arco. A governadora demonstra compreensão do valor da liberação do trecho inicial: “É como a retomada da Transnordestina: nós precisamos do primeiro quilômetro para que a gente possa fazer a população acreditar, para que a sociedade acredite, a política acredite”, declarou.
Para que o Arco Metropolitano seja realidade, concretizando a visão de futuro na direção do beneficio coletivo.