Estabilidade política favorece o crescimento econômico
As sociedades tenderão a focar no ganho da eficiência, na redução dos custos e no gerenciamento dos riscos, contando com um ambiente estável.

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A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, e dos demais integrantes da sua equipe de auxiliares, já era esperada pelos diversos segmentos da economia. O mercado financeiro não foi surpreendido, apesar dos seus aliados estarem inconformados com a decisão e a pena proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por considerarem injusta e com dosimetria desproporcional. Após a publicação do acórdão, integra do que foi decidido pela Primeira Turma do STF, é que os seus advogados poderão apresentar os embargos declaratórios, (que são os recursos elaborados para esclarecer dúvidas ou pontos obscuros de decisões judiciais), visando uma improvável alteração das condenações e/ou uma diminuição das penas impostas aos réus, sem haver, no entanto, a probabilidade de reverter as condenações do ex-presidente e dos seus aliados.
Aproveitando os bons ventos decorrentes do resultado deste julgamento, o presidente Lula tenta alavancar sua popularidade e acabar de vez com os focos que restam da instabilidade política e econômica que pairam sobre seu governo, utilizando toda estrutura governamental à sua disposição e dando ênfase aos instrumentos sociais. Como a democracia tem impacto no desenvolvimento econômico de qualquer nação, a condenação do ex-presidente deve ser vista como uma possibilidade de contribuição ao crescimento do Brasil. Para tanto, os diversos segmentos da economia brasileira, nos diferentes setores de atuação, manterão seus planos de crescimento, apesar das tormentas globais provocadas pelas guerras, (tarifárias promovidas pelo governo americano e armadas pela Ucrânia), tornando o cenário econômico desafiador e afetando diretamente ou indiretamente todas as sociedades (cias e empresas), em diferentes intensidades.
Cabe a cada uma delas, adequarem suas estratégias para navegarem em mares turbulentos, buscando a eficiência e adotando uma gestão flexível, se adaptando rapidamente a diferentes conjunturas econômicas. No ano passado, as receitas das sociedades brasileiras em geral cresceram mais que a inflação, ainda que insuficientes para cobrir todos os custos e despesas financeiras. Os juros continuam elevados, remando contra os investimentos produtivos, mas os empregos estão em alta em alguns setores que dependem da renda da população, como os serviços médicos.
Afetadas pelo tarifaço, as exportações brasileiras enfrentam o desafio de procurar novos mercados mundiais. Para o ano de 2026, as eleições e os rumos da economia são imprevisíveis, o que nos deixa mais vigilantes e cautelosos, trazendo a necessidade de uma disciplina maior na alocação de capital e na execução das estratégias. Portanto, por mais que o cenário seja desafiador para 2026, manter o equilíbrio financeiro das sociedades é a atitude mais sensata, proporcionando à gestão a flexibilidade e capacidade de superar os obstáculos advindos. Num contexto mais restritivo, as sociedades tenderão a focar no ganho da eficiência, na redução dos custos e no gerenciamento dos riscos, contando com um ambiente de estabilidade política que favoreça o crescimento econômico do nosso País.
Cláudio José Sá Leitão , conselheiro de Empresas e CEO da Sá Leitão Auditores e Consultores.