Rosabeth Kanter, professora da Harvard Business School, conselheira de organizações que causam grande impacto positivo na sociedade, escreveu um livro sobre confiança e orienta que as pessoas se fundamentem em caráter para desenvolverem trajetórias virtuosas. O filósofo Tom Morris, autor do livro "True Success" (Sucesso Verdadeiro), define que confiança é o lubrificante para as relações humanas. Stephen Covey, autor do livro "O Poder da Confiança", define um modelo para avaliar o processo de confiança, baseado em "Contas de Confiança". Elas são semelhantes às "Contas Bancárias", com depósitos e saques referentes às relações entre as pessoas.?Na sua pesquisa, Stephen Covey identificou comportamentos de líderes mundiais confiáveis, que resultam da combinação entre caráter e competência. Robert Levering, fundador do Great Place to Work Institute, concluiu, em suas pesquisas, que o fator mais importante que diferencia um ambiente de trabalho é o grau de confiança entre os funcionários e a gestão .
A desconfiança destrói governos, negócios, lideranças, amizades, casamentos. Numa empresa gera burocracia, ineficiência e os custos são onerados. A confiança sustenta e afeta a qualidade dos relacionamentos, comunicação, projetos, empreendimentos. É essencial para o bem-estar pessoal e interpessoal. Quando você confia nas pessoas, você confia em seu caráter (honestidade, coerência, sinceridade, transparência, boa intenção e reputação ilibada) e em suas competências, sendo que essas precisam ser recicladas sempre. A confiança melhora o ânimo, a energia, a criatividade e os relacionamentos. Em relações de confiança a comunicação é fluída e construtiva. No oposto você anda num campo minado.
Nas empresas, o estabelecimento de uma cultura baseada em relacionamentos de confiança gera resultados positivos para todos os envolvidos. Os gestores confiam que suas equipes farão um bom trabalho. Com isso, os colaboradores tornam-se mais comprometidos e a qualidade do ambiente de trabalho melhora. Assim, a confiança se manifesta por meio de maior eficiência e redução de custos, o que torna a empresa mais competitiva.
Lamentavelmente, o mundo político provoca uma crise de confiança, afetando o bem-estar das pessoas, a competividade das empresas e do país. O World Economic Forum-WEF (Fórum Econômico Mundial) destaca, no relatório de competividade global (2017-2018), que o Brasil tem o pior indicador de confiança nos políticos entre 137 países pesquisados. Nas próximas eleições votemos responsavelmente em candidatos de caráter e competência, que possam colaborar para a criação de ambientes de confiança em todas as células do país.
Eduardo Carvalho, diretor da ABA Global Education