Registro histórico: cometa vindo de outro Sistema Solar é detectado por sondas que orbitam em Marte
Pesquisadores analisam a luz refletida pelo 3I/ATLAS para identificar sua composição e entender como cometas interestelares reagem ao calor do Sol

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A Agência Espacial Europeia (ESA) registrou, no início de outubro, um cometa vindo de fora do Sistema Solar. O feito, considerado histórico para a astronomia moderna, foi registrado por duas sondas que orbitam Marte.
Chamado de 3I/ATLAS, o corpo celeste foi detectado pelas lentes no início de outubro pelas missões Mars Express e Trace Gas Orbiter, da ESA, enquanto cruzava a vizinhança do planeta marciano.
Ele foi captado por sondas que foram programadas para estudar o objeto, registrando um ponto difuso comparado aos demais, resultado da luminosidade da chamada coma (uma nuvem de poeira e gás que envolve o núcleo congelado do cometa).
Com um brilho bastante sutil, o 3I/ATLAS passou a cerca de 30 milhões de quilômetros de Marte que, apesar de aparentar ser muito distante, é considerada pequena para padrões planetários.
Os pesquisadores esperam que, conforme o 3I/ATLAS se aqueça ao se aproximar do Sol, comece a exibir a clássica cauda que caracteriza os cometas. Formada por poeira e fragmentos de gelo que se desprendem do núcleo e são empurrados pelo vento solar, essa estrutura pode se tornar visível nas próximas semanas.
Um visitante interestelar raro
O 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto interestelar já registrado atravessando o Sistema Solar. Ele recebeu essa designação porque sua trajetória tem formato hiperbólico, ou seja, não está preso pela gravidade do Sol. Diferente dos cometas comuns, ele não orbita a estrela, apenas passa por ela antes de continuar sua rota.
O cometa foi detectado pela primeira vez em 1º de julho de 2025, pelo telescópio ATLAS, localizado em Rio Hurtado, no Chile. Observações posteriores confirmaram que o objeto vinha da direção da constelação de Sagitário. Desde então, sua passagem tem sido acompanhada por diversos observatórios e instrumentos espaciais.
Atualmente, o 3I/ATLAS está a cerca de 670 milhões de quilômetros do Sol e deve atingir sua máxima aproximação em 30 de outubro, quando ficará a pouco mais de 210 milhões de quilômetros, dentro da órbita de Marte.
A NASA afirma que ele não representa nenhum risco para a Terra, já que sua distância mínima do planeta será de aproximadamente 270 milhões de quilômetros.
Formato de gota
O Telescópio Espacial Hubble também capturou uma imagem detalhada do cometa em julho, revelando uma estrutura em forma de gota de poeira e gelo que se desprende do núcleo sólido. As estimativas apontam que esse núcleo pode medir até 5,6 quilômetros de diâmetro, embora possa ser muito menor, com cerca de 440 metros.
A passagem do cometa oferece aos astrônomos uma chance rara de estudar um viajante interestelar e entender melhor como esses corpos se formam e se comportam ao cruzar os limites do nosso Sistema Solar.
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